Afeganistão. ONU tenta manter operações após veto a trabalho de mulheres

A Organização das Nações Unidas (ONU) reiterou hoje o seu compromisso em manter-se no Afeganistão, mas alertou que vai continuar a analisar como operar na prática, depois da decisão dos talibãs de proibirem o trabalho das afegãs na organização.

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Lusa
05/05/2023 23:41 ‧ 05/05/2023 por Lusa

Mundo

Afeganistão

Na sequência da decisão do Governo talibã, a ONU optou por determinar a todos os seus funcionários que trabalhassem em casa sempre que possível, enquanto reviam possíveis alterações sobre as suas operações no país.

Este organismo, que tinha definido terminar esta análise até 05 de maio, adiantou hoje que para já não há alterações e que "formas adequadas de trabalhar" vão continuar a ser discutidas.

"Não tenho mudanças na nossa posição para anunciar, embora... esteja claro que a nossa situação e políticas sobre funcionários no Afeganistão permanecerão sob revisão contínua", explicou o vice-porta-voz do secretário-geral, Farhan Haq, em declarações aos jornalistas.

Segundo Haq, entretanto, as operações de ajuda humanitária continuam e estão a ser aproveitadas algumas exceções às regras impostas pelos talibãs em relação às mulheres, mas sempre garantindo que a sua segurança não seja posta em causa.

A ONU condenou repetidamente o veto das autoridades de facto no Afeganistão sobre o trabalho das suas funcionárias afegãs e afirmou em mais de uma ocasião que sem estas é impossível dar o apoio de que a população necessita perante a crise humanitária que o país atravessa.

"As Nações Unidas precisam que todos os seus funcionários, homens e mulheres, trabalhem nas comunidades e nos seus gabinetes sem impedimentos", insistiu hoje Haq.

Apesar da situação, a ONU reiterou "o seu compromisso de permanência", pedindo aos doadores que continuem a financiar as suas operações em benefício da população.

Os talibãs tomaram o poder no Afeganistão em 2021, na sequência da retirada caótica das tropas dos Estados Unidos e da NATO, após 20 anos de guerra.

A comunidade internacional não reconheceu o Governo dos fundamentalistas islâmicos, cautelosa com as duras medidas que impuseram, incluindo a restrição de direitos e liberdades, especialmente para mulheres e minorias.

Leia Também: Restrições às mulheres afegãs podem constituir feminicídio, alerta ONU

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