A questão foi levantada durante a reunião entre o presidente do COI, Thomas Bach, em Pequim, este fim de semana, com o primeiro-ministro chinês, Li Qiang, e o presidente do Comité Olímpico Chinês, Gao Zhidan, informou hoje a imprensa local.
Li disse que a China "sempre atribuiu grande importância ao desenvolvimento do desporto, participou ativamente nos assuntos olímpicos internacionais e teve uma cooperação frutífera com o COI", de acordo com o jornal de Hong Kong South China Morning Post.
O primeiro-ministro chinês também prometeu "trabalhar com o COI para se opor à politização do desporto e fazer mais contribuições para o movimento olímpico".
Bach prometeu "defender o espírito olímpico e opor-se à politização do desporto", segundo a agência noticiosa oficial Xinhua.
Entre os incidentes apontados pela China está o boicote diplomático dos Estados Unidos e alguns dos seus aliados aos Jogos Olímpicos de Inverno, que se realizaram em Pequim, em fevereiro do ano passado, devido a alegados abusos dos Direitos Humanos de minorias étnicas de origem muçulmana em Xinjiang, no noroeste da China.
Pequim negou as acusações e disse que se opõe a qualquer tentativa de politizar eventos desportivos.
A China também apontou os erros na execução do hino chinês em competições internacionais envolvendo equipas de Hong Kong.
Em novembro passado, um voluntário tocou uma música ligada aos protestos antigovernamentais que abalaram a região semiautónoma, em 2019, em vez do hino nacional chinês, num torneio de rugby, na Coreia do Sul.
Em fevereiro, algo semelhante aconteceu no Campeonato Mundial de Hóquei no Gelo na Bósnia-Herzegovina.
O Governo de Hong Kong emitiu diretrizes para evitar a repetição de tais incidentes e pressionou o motor de buscas Google a tornar o hino nacional chinês como o principal resultado para pesquisas relacionadas.
A China expressou ainda preocupação com o possível uso da bandeira e do hino de Taiwan em eventos desportivos internacionais.
O COI permite que Taiwan compita sob o nome de "Taipé Chinês", sem se apresentar como uma nação soberana, mas alertou a ilha de que poderia perder o direito de participar em eventos internacionais se mudasse o seu nome para Taiwan.
Durante a visita, Bach felicitou ainda a China pelo sucesso e legado dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pequim 2022, que registaram um excedente de 350 milhões de yuans (46 milhões de euros), de acordo com dados divulgados pelas autoridades chinesas.
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