Russos tentam convencer migrantes a lutar na guerra por melhores salários

A ideia é enviar os recrutas para as linhas da frente na Ucrânia, onde a taxa de mortalidade é "extremamente elevada".

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© Stringer/Anadolu Agency via Getty Images

Notícias ao Minuto
08/05/2023 12:20 ‧ 08/05/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Rússia/Ucrânia

O mais recente relatório dos serviços de inteligência britânicos alertam, esta segunda-feira, que as autoridades russas estão a tentar recrutar trabalhadores migrantes, em posições mais vulneráveis na Rússia, para que lutem na guerra na Ucrânia.

O Reino Unido refere que recrutadores militares têm visitado mesquitas e postos de imigração, com funcionários que falam tajique e usbeque, para tentar convencer esta população - a maioria proveniente de países da Ásia Central que ficam próximos da Rússia, como o Uzbequistão, o Tajiquistão ou o Turquemenistão.

A rádio independente russa Radio Free Europe, que opera fora do país após ter sido suspensa pelo Kremlin, avança que as autoridades militares têm procurado incentivar os migrantes com bónus salariais, que podem chegar aos 2.100 euros, e salários de até 3.700 euros. Outro incentivo é um processo de cidadania russa acelerado, que pode durar até seis meses a um ano, em vez dos cinco anos normais.

No entanto, a ideia das autoridades é não chegar a pagar os valores prometidos. Isto por, como nota o Ministério da Defesa britânico, os recrutas, que são "convencidos" com altos salários, são "provavelmente enviados para as linhas da frente na Ucrânia, onde a taxa de mortalidade é extremamente elevada".

O objetivo do Ministério da Defesa russo é chegar aos 400 mil voluntários, após a última vaga de recrutamento, em setembro do ano passado, ter levado à mobilização de 300 mil reservistas. Essa mobilização, anunciada pelo presidente Vladimir Putin, gerou grande descontentamento na população, com milhares de pessoas a tentarem fugir pelas fronteiras terrestres na Finlândia e Geórgia, e muitos civis a protestarem contra a medida.

Agora, notam os britânicos, o Kremlin estará "certamente à procura de atrasar uma nova mobilização obrigatória o máximo possível, para minimizar oposição doméstica".

A guerra na Ucrânia já fez mais de 8.700 mortos entre a população civil ucraniana, segundo contam os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos - incluindo mais de 300 crianças. No entanto, a organização adverte que o real número de mortos civis poderá ser muito superior, dadas as dificuldades em contabilizar mortos em zonas ocupadas ou sitiadas pelos russos - em Mariupol, por exemplo, estima-se que tenham morrido milhares de pessoas.

Leia Também: Rússia promove campanha para alistamento de voluntários

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