O texto, sem caráter vinculativo, insta o Governo francês "a mobilizar-se diplomaticamente" para que a UE aceda a este pedido, que permitirá sancionar mais eficazmente os mercenários membros do Grupo Wagner e os seus patrocinadores, em especial no plano financeiro.
Apresentada por um deputado do partido presidencial Renascimento, a resolução é sobretudo motivada pelas "muitas atrocidades contra a população civil" cometidas na Ucrânia por esse grupo de mercenários, algumas das quais poderão ser classificadas como "crimes de guerra".
"A atividade do Grupo Wagner corresponde à definição europeia de terrorismo", sustentou o deputado, Benjamin Haddad, descrevendo-o como um "exército do caos" posicionado "do lado da Rússia de [presidente Vladimir] Putin" e cujos membros "semeiam a instabilidade e a violência".
Além da Ucrânia, a resolução, que foi aprovada com os votos da oposição de esquerda, de direita e de extrema-direita, salienta também atrocidades atribuídas ao Grupo Wagner na Síria e em vários outros países africanos, como o Mali ou a República Centro-Africana.
A ministra dos Negócios Estrangeiros francesa, Catherine Colonna, saudou no hemiciclo a resolução dos deputados, depois de ter enumerado as sanções já impostas pela UE àquele grupo de mercenários russo.
"Do ponto de vista estritamente jurídico", a classificação do Grupo Wagner como terrorista não terá "efeitos adicionais diretos", explicou.
"[Mas] não devemos subestimar a importância simbólica de tal designação, nem o caráter dissuasivo que poderia ter junto dos Estados que estivessem tentados a recorrer" aos seus serviços, argumentou.
Em meados de março, o parlamento lituano já tinha aprovado uma resolução classificando o Grupo Wagner como "uma organização terrorista", o que lhe valeu agradecimentos de Kyiv.
Os deputados franceses expressaram no fim de março o seu apoio à Ucrânia adotando uma resolução em que reconheciam como genocídio o Holodomor, a Grande Fome causada no início da década de 1930 (entre 1932 e 1933) na Ucrânia pelas autoridades soviéticas, que fez milhões de mortos.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, agradeceu-lhes pelo gesto, que correspondeu a uma forte expectativa de Kyiv.
Por seu lado, a Rússia reagiu criticando o "zelo antirrusso" da Assembleia Nacional francesa.
Outra resolução relativa à guerra na Ucrânia que poderá ser em breve analisada em plenário visa condenar as deportações forçadas de pelo menos 16.000 crianças ucranianas para a Rússia desde o início da guerra, a 24 de fevereiro do ano passado.
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