"O secretário-geral toma nota dos protestos em curso que eclodiram após a prisão do ex-primeiro-ministro Imran Khan em Islamabad e pede a todas as partes que se abstenham de violência", disse em comunicado Farhan Haq, vice-porta-voz de Guterres.
De acordo com Haq, o líder das Nações Unidas enfatiza a necessidade de se respeitar o direito de reunião pacífica, exortando então as autoridades a respeitarem o devido processo legal e o Estado de direito nos processos instaurados contra Khan.
Um tribunal paquistanês decretou hoje prisão preventiva de oito dias para o ex-primeiro-ministro Imran Khan, pelo alegado caso de corrupção que motivou a sua detenção na terça-feira, provocando tumultos no país.
As autoridades decretaram uma ordem de prisão preventiva por oito dias a Khan -- que agora é líder da oposição no Paquistão -- alegando o seu envolvimento no caso Qadir Trust, um processo que investiga eventuais atos de corrupção ligados a um fundo educacional.
Khan está detido pelas autoridades há mais de 24 horas, após uma operação violenta na capital paquistanesa, na sede de um tribunal para onde se dirigia para pedir uma medida de caução num dos processos em que está envolvido.
O ex-primeiro-ministro considera que os casos judiciais a que responde, que incluem acusações de terrorismo, são uma conspiração do Governo de Shehbaz Sharif para o desacreditar.
A detenção deste líder carismático provocou acesos tumultos nas ruas de várias cidades do Paquistão, especialmente na província oriental de Punjab, a mais populosa do país, onde o Exército foi mobilizado para controlar os manifestantes.
Segundo as autoridades de Punjab, registaram-se, até agora, 945 detenções e mais de 130 polícias ficaram feridos, desde o início dos protestos.
A crescente tensão sobre a prisão de uma das figuras mais populares do Paquistão levou à suspensão dos serviços de Internet móvel em todo o país por um período indefinido, enquanto várias outras medidas de segurança foram impostas em Islamabad e na província de Punjab.
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