Parte significativa dos 'rockets' lançados esta quarta-feira contra cidades como Telavive e Beersheva atingiu áreas despovoadas, 153 foram intercetados pelos sistemas de defesa aérea israelitas e 107 caíram dentro de Gaza.
O Exército israelita não forneceu números oficiais sobre o número de impactos registados em áreas urbanas, estimados em cerca de uma dezena, sem causar feridos.
Paralelamente, a Força Aérea continuou a atacar as posições da Jihad Islâmica Palestina (JIP) no enclave, incluindo centros de comando militar, locais de fabrico de 'rockets', plataformas de lançamento de mísseis e depósitos de armas.
Depois de ocorrerem 15 mortes na Faixa de Gaza na terça-feira, o número subiu para 22 esta quarta-feira, incluindo nove milicianos e 13 civis, e ainda seis crianças. O número de feridos em Gaza é agora de 64.
A resposta das milícias ocorreu por volta das 13:30 (10:30 em Lisboa), com o lançamento de 'rockets' quer contra as comunidades israelitas perto de Gaza, quer contra cidades como Telavive ou Beersheva.
O ministro da Defesa de Israel, Yoav Gallant, manteve esta quarta-feira uma conversa telefónica com o seu homólogo norte-americano, Lloyd Austin, a quem agradeceu o "apoio contínuo ao direito de Israel de se defender".
Gallant, de acordo com o seu gabinete, também transmitiu a Austin que o exército israelita está preparado "para qualquer cenário, incluindo uma campanha prolongada e multifrontal (militar)".
Já o primeiro-ministro israelita alertou que a troca de tiros com as milícias de Gaza "ainda não terminou".
"Demos à 'Jihad' Islâmica Palestina (JIP) em Gaza o golpe mais duro da sua história", realçou esta quarta-feira Benjamin Netanyahu, durante um discurso televisionado onde se referiu aos ataques do Exército israelita a alvos do grupo palestiniano na Faixa de Gaza, que começaram na terça-feira com o assassinato de três dos seus principais dirigentes.
As declarações dos governantes israelitas foram feitas ao mesmo tempo que Egito, Qatar e as Nações Unidas continuam a tentar negociar uma trégua, algo que até agora falhou.
Embora Israel e as milícias em Gaza tenham reconhecido que há negociações para mediar um cessar-fogo, nenhum dos lados deu qualquer indicação clara de que estão a progredir.
A ofensiva israelita contra os três líderes da Jihad Islâmica ocorreu uma semana depois de uma curta escalada de violência na região, que incluiu o disparo de mais de 100 'rockets' de Gaza, na sequência da morte de um veterano do JIP após 86 dias em greve de fome numa prisão israelita.
A situação atual é semelhante às hostilidades de agosto de 2022 entre o Exército israelita e a Jihad Islâmica, também após o assassinato por Israel de altos membros do grupo e que durou três dias de intensos combates, resultando em 50 palestinianos mortos.
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