Relevância da UE depende dos consensos entre Estados-membros, diz Borrell
O chefe da diplomacia europeia defendeu hoje que são precisos consensos entre os Estados-membros, sob pena de a União Europeia (UE) perder relevância durante a emergência da China como grande potência.
© Lusa
Mundo Borrell
"A Europa tem de ser mais unida se queremos ser relevantes quando a China emergir como a grande potência", disse Josep Borrell, pouco antes do início de uma reunião informal dos ministros dos Negócios Estrangeiros da UE em Estocolmo, na Suécia.
Borrell acrescentou que "a China vai ser o grande assunto" da discussão de hoje e que o propósito da reunião é "recalibrar a posição" dos 27 em relação a Pequim.
"É impossível resolvermos os maiores problemas [do mundo] sem o envolvimento da China. Esqueçam a possibilidade de resolver o aquecimento global sem o envolvimento da China, que utiliza mais carvão do que qualquer outro país", sustentou o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros.
Para Josep Borrell, a União Europeia tem de olhar para Pequim "como um parceiro e também um adversário", já que as trocas comerciais entre o bloco comunitário e Pequim ascendem os "2,7 mil milhões de euros por dia".
Contudo, "há um problema de valores", Taiwan, que "faz parte dos desafios estratégicos" com a China, e sistemas político-económicos diferentes: "Nós somos constituídos por uma multiplicidade de Governos democráticos, a China tem um só Governo."
O reenquadramento da posição da UE em relação à China vai um dos assuntos do próximo Conselho Europeu, em junho, anunciou Borrell.
A reunião de hoje tem como primeiro ponto o apoio prestado à Ucrânia desde 24 de fevereiro do ano passado e o que é que os 27 podem fazer daqui para a frente.
"Não apenas com munições, mas com um apoio multianual. A Rússia tem de perceber que não vamos cair. [Vladimir] Putin pode parar de esperar que nos cansemos [de ajudar a Ucrânia], não vamos", avisou Josep Borrell.
O alto-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros completou que o bloco comunitário mantém o apoio ao plano de paz apresentado pelo Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e insistiu numa "solução de implementação prática" para responsabilizar o Kremlin por eventuais crimes de guerra.
[Notícia atualizada às 12h06]
Leia Também: Guerra? "Ucrânia ainda não ganhou, mas Rússia está derrotada"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com