Com Meloni, Papa pede para que italianos tenham filhos, não animais

Considerando que a baixa taxa de natalidade aponta para um sentido de falta de esperança no futuro, o Sumo Pontífice realçou que formar família está a tornar-se um "esforço titânico".

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Notícias ao Minuto
12/05/2023 19:14 ‧ 12/05/2023 por Notícias ao Minuto

Mundo

Itália

O Papa Francisco participou, esta sexta-feira, numa conferência sobre a crise demográfica em Itália, onde, ao lado da primeira-ministra conservadora Giorgia Meloni, apelou para que a população tenha mais filhos e não animais de estimação que, na sua ótica, estão a substituir as crianças em muitos lares.

Considerando que a baixa taxa de natalidade aponta para um sentido de falta de esperança no futuro, o Sumo Pontífice realçou que formar família está a tornar-se um "esforço titânico" que só os ricos podem pagar, ainda que tenha criticado a forma como estas gerações encaram os animais de estimação.

Na verdade, o Papa relatou que, um dia, uma mulher pediu-lhe que “abençoasse o seu bebé” – que era um cão – o que o fez perder “a paciência”.

"Perdi a paciência e disse-lhe: Há muitas crianças com fome e traz-me um cão?", recordou, provocando uma erupção de palmas entre a multidão, segundo a BBC.

Na ótica do líder da Igreja Católica, este “inverno demográfico” deve-se também às opções “egoístas” dos jovens casais, que ameaçam a economia do país.

Por seu turno, a chefe do Governo considerou que a baixa de natalidade "é uma emergência nacional", alertando que “resolver o problema é uma prioridade absoluta”, diz a Associated Press.

“Queremos que Itália volte a ter um futuro brilhante", disse, complementando que deseja “uma nação onde não seja escandaloso dizer que – quaisquer que sejam as escolhas legítimas e livres, ou as inclinações de cada pessoa – todos nascemos de um homem ou de uma mulher”, sendo presentada com palmas por parte da audiência.

E continuou: “[Queremos uma nação] onde não é tabu dizer que a maternidade não está à venda, que o útero não está para alugar e os filhos não são produtos de venda livre que podemos escolher em prateleiras, como se estivéssemos no supermercado, e, talvez, devolver se, depois, o produto não corresponder ao que esperamos.”

De notar que Itália tem uma das taxas de fertilidade mais baixas da União Europeia, tendo atingido um novo recorde no ano passado, quando os nascimentos caíram para menos de 400 mil.

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