"O Santo Padre, de acordo com a sua própria natureza e particular missão compromete-se a proteger a dignidade inviolável de todas as pessoas, a promover o bem comum e a promover a fraternidade humana entre todos os povos", afirmou o pontífice aos novos embaixadores da Islândia, Bangladesh, Síria, Gâmbia e Cazaquistão.
Francisco explicou que "estes esforços, que não implicam a persecução de fins políticos, comerciais ou militares, são alcançados mediante o exercício da neutralidade positiva".
E "longe de ser uma 'neutralidade ética', sobretudo perante o sofrimento humano, tal confere ao Santo Padre uma posição bem definida na comunidade internacional que lhe permite contribuir melhor para a resolução de conflitos e outras questões", enfatizou.
No seu discurso, Francisco mencionou alguns dos conflitos mais dramáticos do mundo, como o "Sudão, a República Democrática do Congo, Myanmar, Líbano e Israel", e referiu-se à "guerra em curso na Ucrânia, que trouxe sofrimento e mortes indescritíveis".
O Papa receberá esta tarde, no Vaticano, Zelensky, que previamente se vai encontrar com o Presidente italiano, Sergio Mattarella, e a primeira-ministra, Giorgia Meloni, num encontro aparentemente considerado de caráter privado, pelo que se desconhece se haverá alguma informação sobre o mesmo.
A reunião realiza-se a meio de uma missão de paz do Vaticano, anunciada pelo pontífice no regresso da sua viagem à Hungria e, ainda que não se conheçam os detalhes, uma fonte do Vaticano adiantou aos meios de comunicação russos que o encontro "não está diretamente relacionado" com a Rússia e que Zelensky solicitou a reunião com Francisco "há apenas uns dias".
Há cerca de três dias, o secretário de Estado do Vaticano, o cardial Pietro Parolin, considerou que a missão para deter a guerra na Ucrânia, anunciada pelo Papa Francisco, "seguirá em frente" e revelou que "há novidades", mas que são de "caráter privado".
Este será o primeiro encontro entre o Papa e Zelensky desde que começou a guerra, embora já se conheçam, uma vez que Francisco recebeu o presidente ucraniano numa audiência em 08 de fevereiro de 2020 e, já à época, foi abordada "a situação humanitária e a procura pela paz" no contexto "do conflito que, desde 2014, continua a afetar a Ucrânia".
O Papa recebeu em 27 de abril o primeiro-ministro da Ucrânia, Denys Shmyhal, que insistiu num convite para visitar a Ucrânia e também pediu ajuda no regresso das crianças ucranianas levadas à força para a Rússia.
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