"Biden deu a ordem para derrotar Erdogan, eu sei. Todo o meu povo sabe disso", declarou Erdogan num dos seus últimos comícios antes das eleições legislativas e presidenciais de domingo, que as sondagens preveem porão fim às suas duas décadas no poder na Turquia.
"Os boletins de voto darão amanhã [domingo] uma resposta a Biden", acrescentou.
O chefe de Estado turco acusou também o seu principal adversário nas presidenciais, o social-democrata Kemal Kilicdaroglu, de atacar a Rússia, uma aliada económica e política do país.
Apesar de o líder da oposição ter assegurado que manterá esses laços com a Rússia se for eleito Presidente, Erdogan acusou-o hoje de preparar sanções contra Moscovo.
"Vai fazer isso com as instruções que recebeu dos Estados Unidos?", perguntou o líder islamista, num encontro com apoiantes em Istambul.
Erdogan acusou igualmente o bloco da oposição, no qual também há nacionalistas e islamistas, de ter sido infiltrado pela comunidade LGBT (Lésbicas, 'Gays', Bissexuais e Transgénero).
"Acreditamos na santidade da família. Se a família for enfraquecida, a nação será fraca", sustentou.
A Turquia realiza no domingo as eleições presidenciais e legislativas mais decisivas dos últimos 20 anos.
As sondagens atribuem a vitória a Kiliçdaroglu nas presidenciais, embora seja possível que não obtenha a maioria absoluta que evitaria uma segunda volta dentro de duas semanas.
Nas legislativas, espera-se que nem o bloco de Erdogan nem a aliança da oposição consigam a maioria, pelo que o papel do partido de esquerda pró-curdo HDP, que o atual Governo colocou à beira da ilegalização, será decisivo.
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