"Houve estas suspensões e haverá um pronunciamento oficial sobre a matéria, com mais profundidade", afirmou a fonte, sem entrar em detalhes.
O Centro de Integridade Pública (CIP), organização não-governamental (ONG) envolvida na observação eleitoral, disse hoje que o diretor distrital do STAE na Beira, Carlos do Rosário, e os supervisores "são indiciados de terem criado um grupo de WhatsApp para cometer ilícitos eleitorais, no âmbito do recenseamento" para as eleições autárquicas de 11 de outubro.
O objetivo seria prejudicar a oposição, orientando os agentes do recenseamento para apenas reconhecerem e receber documentos de votantes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder, e recusando os que são apresentados como eleitores da oposição, referiu o CIP, numa nota que divulgou hoje no seu boletim sobre eleições.
Dos "membros e eleitores da oposição apenas se deve aceitar um e outro para não criar condições de espaço para contestação e tumultos", considerou, citando a correspondência entre os gestores do recenseamento na Beira.
De acordo com aquela ONG, a primeira "medida de bloqueio" aos eleitores da oposição foi tomada às 13:46 do dia 25 de abril, quando o diretor distrital do STAE orientou os supervisores para rejeitarem as reclamações dos fiscais da oposição.
"Não assinem nem aceitem as reclamações dos fiscais [da oposição], não podemos facilitar", lê-se no texto, que diz ainda que Carlos do Rosário deu instruções para "abater o inimigo".
O Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o terceiro maior partido e que governa o município da Beira, submeteu esta semana uma queixa-crime na procuradoria contra o diretor distrital do STAE e supervisores, exigindo a sua detenção e suspensão imediata do cargo.
O recenseamento eleitoral termina em 03 de junho e prevê o registo de cerca de 10 milhões de eleitores das 65 autarquias do país.
Nenhuma das entidades visadas se pronunciou ainda sobre as referidas alegações.
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