A pensar na grande movimentação de muitos dos mais de 890 mil votantes recenseados, alguns dos quais têm de viajar várias horas, o Governo concedeu tolerância de ponto na sexta-feira e na segunda-feira da próxima semana.
Em Díli as autoridades chegaram mesmo a disponibilizar transporte para ajudar os eleitores mais carenciados a viajar para as várias zonas do país onde vão estar a funcionar os centros de votação, entre as 07:00 e as 15:00 de domingo (horas locais, menos oito horas em Lisboa).
Tudo para promover a maior participação possível e tentar reduzir a taxa de abstenção das presidenciais do ano passado, que rondou os 24,8%.
Os cadernos eleitorais têm mais de 890 mil eleitores (mais 3,55% que nas presidenciais de 2022), recenseados em Timor-Leste, na Austrália, Coreia do Sul, Inglaterra, Irlanda do Norte e Portugal, que escolhem os 65 deputados do Parlamento Nacional.
No voto, que ocorre um dia depois das comemorações oficiais do 21.º aniversário da restauração da independência, há 17 partidos políticos concorrentes, o segundo maior número de sempre, dos quais, apenas oito têm atualmente representação parlamentar.
A votação é a primeira sem coligações pré-eleitorais, pelo que a comparação de apoio acabará por ser feita com o voto de 2017, quando quase todas as forças atuais concorreram sozinhas, e não com as antecipadas de 2018 em que algumas das principais forças estavam coligadas.
Os partidos mais antigos de Timor-Leste, União Democrática Timorense (UDT) e Frente Revolucionária do Timor-Leste Independente (Fretilin), fazem parte do grupo de forças políticas candidatas, sendo de destacar a estreia de uma força política, o Partido Os Verdes de Timor (PVT).
Apenas elegem deputados os partidos que conseguirem mais de 4% dos votos válidos, número que, com base na tendência de votos anteriores, poderá rondar os 26 mil votos.
A distribuição de mandatos no novo parlamento, que deverá tomar posse até 15 dias depois da certificação dos resultados pelo Tribunal de Recurso, é feita pelo método de Hondt.
Na jornada eleitoral estarão a funcionar um total de 1.472 centros de votação e 1.850 estações de voto, no país e na diáspora.
Além dos centros espalhados pelos 452 sucos (divisão administrativa), 65 postos administrativos e 13 municípios mais a Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA) haverá ainda três locais de votação na Austrália (Darwin, Melbourne e Sydney), dois na Coreia do Sul (Gwangju e Seul), três em Portugal (Lisboa, Porto e Beja), três no Reino Unido (Creww, Peterborough e Oxford) e um na Irlanda do Norte (Dunganon).
Ataúro, o mais novo município do país, estreia-se como uma unidade separada de Díli pela primeira vez em termos eleitorais.
Mais de 250 observadores internacionais, milhares de observadores nacionais e milhares de fiscais dos 17 partidos vão acompanhar o processo eleitoral, antecipando-se que os resultados possam demorar alguns dias.
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