"Mais de meio milhão de pessoas podem sofrer níveis de emergência de insegurança alimentar, com taxas extremamente altas de desnutrição aguda e mortalidade, se não houver um aumento rápido e significativo da assistência humanitária", alertou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA) em comunicado.
A agência da ONU calcula que "cerca de dois milhões de crianças com menos de 5 anos" podem vir a sofrer "emagrecimento extremo" este ano, só nos estados nigerianos de Borno, Adamawa e Yobe, que fazem parte da região devastada pela violência dos ataques do Boko Haram e do Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP, na sigla em inglês).
O OCHA alerta que a fome se espalhou na região como "resultado de anos de conflito e insegurança", bem como pelo aumento do preço dos combustíveis e alimentos, e ainda o impacto de choques climáticos, como as inundações de 2022.
O nordeste da Nigéria sofre a violência do Boko Haram desde 2009, que se agravou a partir de 2016 com o aparecimento da sua ramificação, o ISWAP.
As duas organizações extremistas procuram, separadamente, impor um Estado islâmico na Nigéria, um país de maioria muçulmana no norte e predominantemente cristão no sul.
O Boko Haram e o ISWAP mataram mais de 35.000 pessoas e causaram cerca de 2,7 milhões de deslocados internos, principalmente na Nigéria, mas também em países vizinhos como Camarões, Chade e Níger, de acordo com dados do governo e das Nações Unidas.
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