Nagorno-Karabakh. Lavrov abre reunião trilateral com Arménia e Azerbaijão
O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, reuniu-se hoje com os seus homólogos da Arménia e do Azerbaijão para estabilizar a situação entre os dois países, que disputam a região de Nagorno-Karabakh.
© ALEXANDER NEMENOV/AFP via Getty Images
Mundo Nagorno-Karabakh
"Faremos todo o possível para que as decisões sobre a estabilização da situação (no sul do Cáucaso) sejam cumpridas. Esperamos que outros países que, de alguma forma estão interessados numa presença nesta região, também as respeitem", disse Lavrov no início da reunião, citado pela agência de notícias EFE.
Lavrov, que se reuniu na manhã de hoje separadamente com os dois ministros, estava a referir-se aos Estados Unidos e à União Europeia (UE), que nas últimas semanas têm desempenhado um papel muito ativo na resolução do conflito pelo território de Nagorno-Karabakh.
"Estamos totalmente interessados na estabilidade e na paz naquela região. Os interesses russos dependem diretamente disso", afirmou.
Lavrov acredita que o encontro foi construtivo e que o "diálogo direto" poderá trazer "resultados adicionais", garantindo que Moscovo não vê alternativa ao acordo entre os Presidentes dos três países que pôs fim à guerra de 44 dias em novembro de 2020 pelo controlo da região de Nagorno-Karabakh.
Por isso, o ministro russo apelou às partes que discutam "todas as questões" relacionadas com a normalização das suas relações e cheguem a acordo sobre os próximos passos a seguir.
O ministro dos Negócios Estrangeiros do Azerbaijão, Jeyhun Bayramov, defendeu o início de um processo de normalização das relações com a Armenia, cujo objetivo deve ser a assinatura de um tratado de paz.
Entretanto, o chefe da diplomacia arménia, Ararat Mirzoyan, sublinhou que o seu país apoia uma "paz duradoura" no sul do Cáucaso e destacou "os progressos" registados em questões como a demarcação de fronteiras e o desbloqueio das comunicações.
Ao mesmo tempo, Mirzoyan acusou Baku de violar o acordo de novembro de 2020 ao ordenar incursões em território arménio e "escaladas periódicas" das forças militares do Azerbaijão.
O ministro arménio insistiu que o corredor Lachin, que liga o território arménio a Nagorno-Karabakh e foi bloqueado por vários meses pelo Azerbaijão, deve permanecer sob o controlo das forças de manutenção da paz russas.
"Infelizmente, agora não se pode verificar se a Rússia controla o corredor Lachin", enfatizou.
Na semana passada, os líderes arménio, Nikol Pashinian, e do Azerbaijão, Ilham Aliev, reuniram-se em Bruxelas, onde concordaram em retomar as reuniões sobre questões fronteiriças e a abertura de conexões ferroviárias.
No início de maio, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, destacou o "progresso tangível" nas negociações de paz entre a Arménia e o Azerbaijão e expressou confiança de que um acordo final para encerrar o conflito seria alcançado em breve.
Blinken fez essas observações no último dos quatro dias de negociações entre Mirzoyan e Bayramov nos Estados Unidos.
As duas ex-repúblicas soviéticas do Cáucaso enfrentaram-se em duas guerras, no início dos anos 1990 e em 2020, pelo controlo do enclave de Nagorno-Karabakh, uma região montanhosa cuja população é maioritariamente arménia e que se separou do Azerbaijão há mais de 30 anos.
No final da curta guerra em que, no outono de 2020, o Azerbaijão recuperou territórios dessa região separatista, Baku e Erevan concluíram um cessar-fogo promovido pela Rússia.
Desde então, soldados russos de uma força de manutenção da paz estão concentrados em Nagorno-Karabakh, mas a Arménia queixa-se há meses da sua ineficácia.
Leia Também: Guterres "esforçado" em facilitar exportações russas mas "sem resultados"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com