Timor-Leste. Ramos-Horta confiante em tranquilidade depois do voto

O Presidente timorense mostrou-se hoje convicto que o período depois das eleições será de tranquilidade e que, ganhe quem ganhe, os derrotados aceitarão o resultado, voltando a defender uma maioria absoluta para o país.

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Lusa
21/05/2023 00:34 ‧ 21/05/2023 por Lusa

Mundo

Timor-Leste

"Mais um dia histórico na consolidação da nossa democracia. Gostaria que saísse uma maioria absoluta a bem do país e da governação", afirmou José Ramos-Horta em declarações à Lusa em Díli.

"Creio que [depois do voto] não haverá problema. Receia-se sempre, porque em alguns países, como na Guiné-Bissau, e tenho experiência disso, o problema não é antes e durante as eleições, o problema é depois. Aqui, em Timor-Leste, não tem havido esse problema. Em todas as eleições os resultados foram aceites pelos derrotados", afirmou

O chefe de Estado disse que acompanhou durante o dia e noite de ontem as operações eleitorais, afirmando que "está tudo tranquilo, com muitos rumores, mas tranquilo", antecipando uma boa jornada eleitoral.

"O pessoal do STAE e da CNE têm feitor um belíssimo trabalho a contra vapor por causa do tempo, da geografia, das grandes distâncias

O chefe de Estado falava à Lusa antes de votar, pouco depois da abertura das urnas, com as primeiras filas de eleitores já aglomeradas um pouco por todo o país.

Ramos-Horta votou na única urna instalada na sede de suco de Metiaut, a zona onde vive na parte oriental da capital, tendo esperado na fila cerca de 15 minutos.

As urnas abriram com normalidade, votando primeiro os funcionários eleitorais, fiscais partidários e observadores, antes dos restantes eleitores, com dezenas de pessoas, a maior parte mais idosos, a alinharam-se de imediato.

São 17 os partidos que disputam as eleições de hoje em Timor-Leste, cuja contagem pode demorar vários dias. Mais de 890 mil eleitores estão registados para a votação, na qual vão ser escolhidos os 65 deputados do Parlamento Nacional.

Oito dos partidos têm assento parlamentar e um faz a sua estreia, sendo que para eleger deputados as forças políticas têm de obter mais de 4% dos votos válidos.

A jornada eleitoral decorre até às 15:00 (07:00 em Lisboa), com o maior número de sempre de eleitores no país e na diáspora, e o maior número de centros de votação.

Milhares de observadores de Timor-Leste e de vários países e centenas de jornalistas estão acreditados para acompanhar a votação.

Timor-Leste, uma ex-colónia portuguesa até 1975, mas invadida e anexada no mesmo ano pela Indonésia, tornou-se no mais jovem Estado soberano do século XXI, a 20 de maio de 2002, dia em que o país assinala a restauração da independência.

Timor-Leste é um dos países mais pobres do mundo, com 42% dos cerca de 1,3 milhões de habitantes a viverem abaixo da linha de pobreza, de acordo com as Nações Unidas.

Leia Também: Ramos-Horta defende compra de equipamento naval a Portugal

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