Paris colocou um avião à disposição de Zelensky para o levar primeiro à cimeira da Liga Árabe, depois à cimeira do G7 no Japão. É "a França a construir a paz e a procurar soluções", acrescentou Macron.
A visita de Zelensky a Jeddah, que acolheu na sexta-feira a cimeira da Liga Árabe, permitiu ao líder ucraniano "ter um apoio muito claro da Arábia Saudita e de várias potências da região", "o que é um verdadeiro ponto de viragem", defendeu o chefe de Estado francês.
Em Hiroshima, Zelensky também "irá expressar-se diante de várias potências do mundo que às vezes são expostas apenas a um único discurso", disse Macron, em referência a países não alinhados, como Brasil e a Índia, convidados da cimeira, que fazem parte do grupo de países emergentes com a Rússia.
"Isso evita uma divisão do mundo entre aqueles que claramente apoiam a Ucrânia e aqueles que dizem apoiar a paz, mas sem que às vezes saibamos o que isso significa", acrescentou o Presidente francês.
Desde que chegou, no sábado, a Hiroshima, Zelensky manteve encontros bilaterais com responsáveis do G7 e também já estabeleceu contactos com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, que lhe garantiu que a Índia fará "todo o possível" para resolver o conflito na Ucrânia.
Segundo a Presidência francesa, o líder brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva também pretende encontrar-se com Zelensky durante a cimeira.
Emmanuel Macron pediu ao mundo que não fique satisfeito com um possível cessar-fogo entre Kiev e Moscovo: seria "um erro", porque "a experiência ensinou-nos que um conflito congelado será amanhã uma guerra".
Sobre a situação na cidade ucraniana de Bakhmut, epicentro dos combates e palco da mais longa e sangrenta batalha no país desde o ataque russo em fevereiro de 2022, o líder francês foi "extremamente cauteloso".
"Cabe às autoridades ucranianas dizer a evolução no terreno das suas forças", disse Macron. "Esta operação, lançada desde dezembro numa cidade de tamanho limitado, também demonstra a dificuldade que o exército russo tem em avançar", sublinhou.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, felicitou hoje o Exército e o grupo paramilitar Wagner pela conquista da cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia.
Às primeiras horas de domingo, o ministério da Defesa russo indicou que o exército privado, com o apoio de tropas russas, assumiu o controlo total da cidade.
As autoridades ucranianas referiram que o combate por Bakhmut prosseguia.
"A situação é crítica. Ao mesmo tempo, [...] os nossos defensores controlam algumas instalações industriais e infraestruturas na área, bem como no setor privado", disse a vice-ministra da Defesa ucraniana, Ganna Maliar, na rede social Telegram.
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