"Estes atos provocadores e fascistoides de membros do governo israelita, que desafiam o 'status' histórico do Monte do Templo, são totalmente inaceitáveis", assinalou o Ministério dos Negócios Estrangeiros turco, num comunicado.
"Pedimos mais uma vez ao governo israelita que ponha fim imediatamente a qualquer ato provocador e reaja com responsabilidade", sublinha a nota.
A Esplanada das Mesquitas, conhecida pelos judeus como Monte do Templo, é o coração religioso de Jerusalém Oriental.
A esplanada cobre 14 hectares com vista para a Cidade Velha de Jerusalém e situa-se no setor palestiniano da cidade, ocupada e anexada por Israel desde a Guerra dos Seis Dias, em 1967.
É o terceiro local mais sagrado do Islão --- depois da Grande Mesquita de Meca e da Mesquita do Profeta de Medina, na Arábia Saudita --- e o mais sagrado do judaísmo.
Ben Gvir deslocou-se ao local acompanhado de uma comitiva que incluía o chefe da Polícia israelita e algumas figuras religiosas, um ato também considerado provocador pela liderança palestiniana, que já tinha reagido com veemência quando o ministro visitou o mesmo local em janeiro.
O local é reservado exclusivamente ao culto dos muçulmanos, enquanto os judeus só podem entrar como visitantes.
O lugar está sob custódia da Jordânia desde 1967 e o Ministério dos Assuntos Religiosos deste reino é a entidade responsável pela gestão dos assuntos do Monte do Templo e dos seus acessos.
A visita de Ben Gvir ao local ocorre num altura de fortes tensões com os palestinianos e dias após a polémica Marcha das Bandeiras, na qual milhares de jovens ultranacionalistas israelitas marcharam pelo bairro muçulmano da Cidade Velha de Jerusalém, provocando tensões com seus residentes palestinos.
Turquia e Israel, aliados desde a fundação do Estado judaico em 1948, romperam relações em 2010 e, após uma primeira reconciliação entre 2016 e 2018, abortada por um recrudescimento do conflito palestiniano, voltaram a trocar embaixadores no outono passado.
"Estou feliz por subir ao Monte do Templo, o lugar mais importante para o povo israelita", disse Ben-Gvir, citado num comunicado divulgado após a visita, a segunda conhecida desde que se tornou membro do Governo mais ultranacionalista de sempre em Israel.
Itamar Ben Gvir elogiou a polícia presente no local, considerando que "prova quem manda em Jerusalém".
A visita ocorre dias depois de os israelitas assinalarem o Dia de Jerusalém, que celebra a conquista por Israel de Jerusalém oriental na guerra de 1967.
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