Enviar caças F-16 para a Ucrânia? EUA "continuam a atiçar chamas"
O embaixador russo nos EUA alertou que o envio de caças F-16 pelo G7 pode colocar em causa o papel da aliança transatlântica NATO.
© Justin Sullivan/Getty Images
Mundo Guerra na Ucrânia
O embaixador da Rússia nos Estados Unidos, Anatoly Antonov, acusou, esta segunda-feira, Washington de "atiçar chamas para o conflito" na Ucrânia e alertou que o envio de caças F-16 pelo G7 pode colocar em causa o papel da aliança transatlântica NATO.
"Tais passos demonstram claramente mais uma vez que os Estados Unidos nunca estiveram interessados na paz e que a nossa decisão de conduzir uma operação militar especial foi absolutamente correta", referiu Antonov na plataforma Telegram.
O embaixador russo considerou ainda que "desde o golpe de Estado" de 2014, quando o então presidente ucraniano Viktor Yanukovych foi deposto pela sua aproximação à Rússia e teve início a guerra no Donbass, que "os Estados Unidos só querem uma derrota estratégica para a Rússia e continuam a atiçar chamas para o conflito".
"Até agora, Washington está a opor-se a nós com as mãos de outros, por procuração", acusou, referindo-se ao envio de caças para a Ucrânia.
"Qualquer especialista sabe que não existem infraestruturas para a utilização de F-16 na Ucrânia e que também não existe o número necessário de pilotos e de pessoal de manutenção. O que aconteceria se os caças americanos descolassem de aeródromos da NATO, operados por 'voluntários'?", questionou.
Durante a cimeira do G7, que decorreu entre sexta-feira e sábado em Hiroxima, no Japão, o presidente dos Estados Unidos, o democrata Joe Biden, anunciou que Washington autorizou os aliados a disponibilizarem caças F-16 às Forças Armadas da Ucrânia.
Biden disse que teve a garantia do homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, de que estas aeronaves de combate seriam utilizadas exclusivamente para defender o território que a Rússia invadiu há mais de um ano.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 15 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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