"Estamos profundamente preocupados com a ordem do Governo israelita que permite que os seus cidadãos estabeleçam uma presença permanente" nos assentamentos de Homesh, Sa-Nur, Ganim e Kadim, destacou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, durante uma conferência de imprensa.
Miller sublinhou que a lei "não é consistente" com os compromissos de Israel com o Executivo dos Estados Unidos e enfatizou que a promoção de assentamentos na Cisjordânia representa um "obstáculo para alcançar uma solução de dois Estados" na região.
O parlamento israelita aprovou em março uma polémica revisão à lei de desocupação de 2005, que repõe quatro colonatos judeus na Cisjordânia, ao mesmo tempo que o Governo chefiado por Benjamin Netanyahu -- o mais à direita da história de Israel - demonstra intenção de expandir os colonatos existentes e construir novos colonatos.
Pouco depois de ser aprovado pelo Parlamento, a Autoridade Nacional Palestiniana (ANP) rejeitou o regulamento e considerou-o uma "violação" do direito internacional.
Por sua vez, a União Europeia (UE) qualificou a decisão do parlamento israelita como contraproducente e pediu a Israel para revogar a lei e tomar medidas que contribuam para uma desescalada da situação.
O regresso a estas colónias da Cisjordânia tem sido uma das principais reivindicações do movimento pró-colonização israelita nos últimos anos, que já se tentou estabelecer novamente em Homesh, onde também foi construída uma escola de estudos judaicos (Yeshiva).
Os palestinianos reivindicam a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza -- áreas capturadas por Israel na Guerra dos Seis Dias, em 1967 -- para um futuro Estado.
Cerca de 700.000 colonos israelitas vivem na Cisjordânia e no leste de Jerusalém. A grande maioria da comunidade internacional considera os colonatos de Israel como "ilegais", que criam "obstáculos à paz".
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