A posição surge após críticas das autoridades ao seu trabalho, com o comandante a defender que se deve manter "a execução do mandato", depois de Kinshasa ter denunciado uma "coabitação" com o grupo M23.
O comandante da força Aphaxard Kiugu disse, durante uma visita ao contingente do Burundi, destacado no território de Masisi, que as tropas estão a fazer "um bom trabalho na proteção das populações vulneráveis e a dar prioridade à segurança", de acordo com uma série de mensagens publicadas pela força da CEA na sua conta do Twitter.
"Interagir com os principais líderes da região continua a ser fundamental para compreender as necessidades da população", afirmou, assegurando aos militares que está a fazer "tudo o que é possível para garantir que recebem o apoio necessário para poderem executar a sua tarefa".
Kiugu substituiu há três dias Jeff Nyagah, que abandonou o cargo depois de ter alegado "ameaças" no âmbito de "uma campanha mediática negativa, bem orquestrada e bem financiada" contra si.
O Presidente da RDCongo, Felix Tshisekedi, denunciou recentemente a existência de uma "coabitação" entre a força regional e o grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), após o que o secretário-geral da CEA, Peter Mathuki, afirmou que as críticas eram "injustas".
O M23 é um grupo rebelde, constituído maioritariamente por tutsis congoleses e que opera sobretudo na província do Kivu do Norte. Após um conflito entre 2012 e 2013, a RDCongo e o grupo assinaram um acordo de paz, em dezembro. Durante os combates, o exército congolês foi apoiado por tropas da ONU.
O grupo lançou uma nova ofensiva em outubro de 2022, que se intensificou em novembro, provocando uma crise diplomática entre a RDCongo e o Ruanda sobre o seu papel no conflito.
Kigali acusou Kinshasa de apoiar as Forças Democráticas para a Libertação do Ruanda (FDLR), um grupo armado rebelde fundado e composto principalmente por hutus responsáveis pelo genocídio de 1994 no Ruanda.
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