Depois de meses de espera, o governador do estado norte-americano da Florida, Ron DeSantis, entrou formalmente, na quarta-feira, na disputa às eleições presidenciais do próximo ano.
A partir de agora, DeSantis é considerado o 'rival' republicano mais forte de Donald Trump, o ex-Presidente (2017-2021) que já anunciou a sua recandidatura, com vista a derrubar o democrata e atual chefe de Estado Joe Biden nas eleições previstas para final de 2024.
Mas quem é o governador DeSantis (e o que defende)?
Nascido na Flórida e com raízes familiares no Midwest - no estado norte-americano de Wyoming - DeSantis foi um jogador de beisebol de destaque na sua juventude, noticia a Associated Press. Representou a equipa de Dunedin, da Florida, na Little League World Series de 1991, antes de se tornar o capitão de equipa na Universidade de Yale.
Depois de um curto período como professor do ensino secundário, foi para a Harvard Law School e tornou-se consultor jurídico da Marinha - posição que o levou ao Iraque e ao campo de detenção da Baía de Guantánamo.
Posteriormente, concorreu ao Congresso, em 2012, e ganhou um distrito na área de Orlando, tornando-se membro fundador do 'Freedom Caucus', de extrema-direita, no Capitólio.
Há apenas seis meses, DeSantis venceu a reeleição na Florida - onde exerce o cargo de governador desde 2018 - com uns impressionantes 19 pontos percentuais de vantagem sobre o seu adversário democrata, em contraciclo quando comparado com as dificuldades que vários republicanos enfrentaram nas intercalares do ano passado.
DeSantis é um Trump 'mais elegível'?
Aos 44 anos, o governador da Florida pode ser um 'peso-pesado' político na Florida e uma presença regular no canal conservador Fox News, mas os aliados reconhecem que a maioria dos eleitores das primárias em outros Estados não o conhecem bem.
Apesar do seu longo currículo, amigos e adversários observam que DeSantis tem dificuldades em exibir o carisma de campanha e o pensamento rápido que muitas vezes define os candidatos bem-sucedidos a nível nacional.
Os possíveis apoiantes também temem que DeSantis se tenha recusado a investir em relacionamentos com líderes partidários ou colegas eleitos, levantando questões sobre a sua capacidade de construir a coligação de que precisará para vencer Trump.
Por outro lado, Trump já conseguiu um forte apoio em Estados-chave, incluindo a Florida.
Além das primárias, o maior desafio de longo prazo de DeSantis pode estar nas políticas de extrema-direita que promulgou como governador. Enquanto governador da Florida, enviou dezenas de imigrantes do Texas para Martha's Vineyard, na costa de Massachusetts, para chamar a atenção para o fluxo de imigrantes latino-americanos que tentam cruzar a fronteira EUA-México.
Também assinou e expandiu o projeto de lei dos Direitos dos Pais na Educação - conhecido pelos críticos como a lei 'Don't Say Gay', que proíbe a instrução ou discussão em sala de aula de questões ligadas à temática LGBTQ (sigla para Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgénero) nas escolas públicas da Florida para todas as idades.
Mais recentemente, DeSantis assinou uma lei que proíbe as grávidas da Florida de abortarem após as seis semanas de gestação.
Removeu ainda um procurador eleito que prometeu não acusar pessoas sob as novas restrições ao aborto da Florida ou médicos que prestassem cuidados de afirmação de género.
DeSantis também assinou uma lei, este ano, que permite que os residentes da Florida tenham posse de uma arma de fogo não registada e pressionou para a adoção de medidas que, segundo especialistas, irão enfraquecer a liberdade de imprensa.
Quem está também na corrida às eleições presidenciais de 2024?
DeSantis entra numa corrida que já inclui, além de Trump, a ex-embaixadora dos Estados Unidos junto da ONU Nikki Haley; o senador da Carolina do Sul, Tim Scott; o ex-governador do Arkansas, Asa Hutchinson; e o empresário de biotecnologia Vivek Ramaswamy.
O ex-vice-presidente Mike Pence também é considerado um provável candidato presidencial, mas ainda não anunciou uma candidatura.
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