A previsão foi feita hoje pelo diretor-geral de eletricidade e transição energética do Ministério da Indústria tunisino, Belhassen Chiboub.
"A Tunísia tem todos os ingredientes para assegurar a produção de hidrogénio verde a custos concorrenciais, a curto e a médio prazo, e está a posicionar-se como fornecedor da Europa", apontou.
Disse também que o país norte-africano "dispõe de recursos renováveis neste âmbito, em especial solar e eólica, além do posicionamento geográfico".
Durante a apresentação do projeto 'European Hydrogen Backbone' -- formado por 32 operadores de infraestruturas energéticas -- para uma rede europeia de transporte de hidrogénio por gasoduto, Chiboub revelou que o seu Ministério prevê criar uma rede desde as regiões de Gabes e Tataouine, no sul, até à zona costeira de Cap Bon, a 400 quilómetros de distância.
Este projeto requer, disse, um investimento de 25 mil milhões de dólares, que a Tunísia "não pode assumir individualmente".
Outro obstáculo é a crise de água que o país tem vivido nos últimos anos, que colocaram as suas reservas em níveis mínimos inéditos, o que levou o país a apostar na dessalinização, com a instalação de centrais no sul e no centro.
"Uma central com uma capacidade de 200 metros cúbicos diários permite produzir oito milhões de toneladas de hidrogénio por ano", avançou.
No final de 2020, a Tunísia fez um acordo com a Alemanha, de 31 milhões de euros, para desenvolver esta fonte de energia.
Porém, um recente estudo, feito pela Fundação Heinrich-Böll-Stiftun, intitulado "Quem ganha com a estratégia tunisina para o hidrogénio verde?" destacou a falta de avaliação das autoridades locais sobre o impacto ambiental e social que o novo combustível pode provocar.
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