"Já passou algum tempo desde a minha última conversa telefónica. Mas quando chegar a altura, tenciono voltar a falar com Putin", declarou Scholz, numa entrevista publicada pelo diário Koelner Stadt-Anzeiger.
No que diz respeito à resolução do conflito, "a Rússia deve compreender que não se trata de selar uma espécie de paz fria, que veria a atual linha da frente tornar-se a nova fronteira entre a Rússia e a Ucrânia, pois isso só legitimaria a expedição criminosa de Putin", insistiu Olaf Scholz.
"Pelo contrário, deve ser alcançada uma paz equitativa e a condição para isso é a retirada das tropas russas" da Ucrânia, após a invasão que começou em fevereiro de 2022, acrescentou.
No entanto, o chanceler alemão escusou-se a dizer se essa retirada devia incluir também a Crimeia, ocupada desde 2014, por considerar caber à Ucrânia definir exatamente o que pretende.
Olaf Scholz e Vladimir Putin falaram ao telefone pela última vez, durante uma hora, em dezembro de 2022.
Nessa altura, o chefe do Governo alemão instou o chefe de Estado russo a retirar as tropas da Ucrânia, sem sucesso, enquanto Vladimir Putin acusava o Ocidente de prosseguir "políticas destrutivas".
Desde então, as relações bilaterais têm estado no ponto mais baixo de sempre. A guerra na Ucrânia obrigou a Alemanha a uma reviravolta diplomática e económica, depois de décadas de laços mais estreitos com a Rússia.
Antes da invasão da Ucrânia, Moscovo era o principal fornecedor de gás e de petróleo da Alemanha.
Depois da invasão da Ucrânia, a Alemanha decidiu também investir maciçamente nas forças armadas, rompendo uma longa tradição de pacifismo no país, na sequência da Segunda Guerra Mundial.
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