O apelo surge um dia depois de na sua cerimónia de posse, na segunda-feira, Tinubu ter recordado que o subsídio "tinha desaparecido".
Longas filas de automobilistas formaram-se hoje nos postos de combustível, com os condutores a procurarem açambarcar a maior quantidade de possível de combustível antes da subida dos preços.
Enquanto as pessoas corriam para comprar gasolina nas grandes cidades, como Abuja e Lagos, os comerciantes mais do que duplicaram o preço na bomba em relação aos habituais 40 cêntimos por litro, o que resultou num aumento do preço dos transportes.
Tinubu referiu-se ao fim do subsidio dos combustíveis quando anunciou ser intenção da sua administração acabar finalmente com uma iniciativa que, segundo as autoridades, custou ao governo nigeriano cerca de 18,39 mil milhões de nairas (37,1 milhões de euros) por dia em 2022.
No comunicado de hoje, o gabinete de comunicação do Presidente recorda que o subsídio termina no final de junho, como previsto, e que as declarações do novo chefe de Estado não eram "nem notícia nem uma decisão da nova administração".
O gabinete de comunicação salienta que o Presidente se limitou a referir a situação atual, "tendo em conta que o orçamento da anterior administração para o subsídio de combustível foi planeado e aprovado para durar apenas até à primeira metade do ano".
"Infelizmente, o orçamento antes da tomada de posse não prevê qualquer subsídio para o combustível. Por conseguinte, o subsídio para o combustível foi suprimido", afirma o comunicado citado por vários meios de comunicação social nigerianos.
"No final de junho, o Governo Federal ficará sem fundos para continuar o regime de subsídios (...) As compras feitas com base no pânico que daí resultou (...) são desnecessárias; não terão efeito imediato", sublinha o texto.
O texto termina a recordar as prioridades do novo Governo, que pretende reafetar os fundos destes subsídios a outros setores em benefício da sociedade, tais como investimentos em infraestruturas públicas, educação, saúde e emprego "para melhorar materialmente a vida de milhões de nigerianos".
Ao longo dos últimos dez anos, as autoridades nigerianas tentaram por diversas vezes acabar com estes subsídios, mas sem sucesso.
De cada vez, tiveram de recuar perante a cólera da população, enquadrada pelos sindicatos.
Em 2012, o exército chegou mesmo a sair à rua para manter a calma durante as grandes manifestações então realizadas.
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