"Quando o Ocidente fornece armas de alcance cada vez maior à Ucrânia e ao mesmo tempo diz que não apoia o uso dessas armas contra território russo, isso é mentira", disse numa conferência de imprensa em Maputo, durante uma visita ao país no âmbito do seu périplo por África.
O chefe da diplomacia russa iniciou uma viagem pelo continente na segunda-feira e hoje foi questionado pelos jornalistas sobre os mais recentes desenvolvimentos na guerra, que incluem o ataque em solo russo.
Lavrov apontou o Reino Unido como "o mestre que empurra os outros países para o apoio militar à Ucrânia", acusando o secretário de Relações Exteriores britânico de "incitamento" à ação de Kiev.
Em causa estão declarações de James Cleverly que, na terça-feira, considerou legítimo a Ucrânia projetar ações para território da Rússia no âmbito da sua estratégia de defesa.
"No que toca às consequências desta linha de ação criminosa, estou convencido que as nossas Forças Armadas têm respostas apropriadas", concluiu Sergei Lavrov.
O Presidente russo, Vladimir Putin, acusou na terça-feira a Ucrânia de terrorismo e de tentar aterrorizar a população russa, após um ataque sem precedentes com 'drones' (aparelhos aéreos não tripulados) contra a região de Moscovo, causando dois feridos ligeiros e pequenos danos em vários edifícios.
O Ministério da Defesa russo disse que oito dispositivos estiveram envolvidos no ataque, dos quais cinco foram abatidos pela defesa antiaérea e três foram neutralizados por meios eletrónicos, segundo a agência oficial TASS.
A Ucrânia negou ter qualquer "ligação direta" com os ataques contra a região da capital russa.
A ação de terça-feira contra Moscovo ocorreu dois dias depois de duas pessoas terem sido mortas em Kiev por um novo ataque da Rússia, que invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022.
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