A reunião vai realizar-se na cidade turística de Cholpon-Ata, no nordeste do Quirguistão, e conta com a participação do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.
O Presidente do Quirguistão, Sadyr Zhaporov, copresidirá à cimeira com Michel, com quem se reunirá, no sábado, para debater questões de cooperação entre o país e a UE, segundo a presidência quirguiz.
Espera-se também a participação dos presidentes do Cazaquistão, Kasim-Yomart Tokayev, do Tajiquistão, Emomali Rakhmon, e do Uzbequistão, Shavkhat Mirziyoyev, e do vice-primeiro-ministro do Turquemenistão, Nurmuhammet Amannepsov.
"O principal objetivo é reforçar as relações entre a Ásia Central e a União Europeia", na sequência da cimeira inaugural realizada no Cazaquistão no final de outubro de 2022, disse um porta-voz de Michel à agência francesa AFP.
Um porta-voz da diplomacia do Quirguizistão disse à agência espanhola EFE que as perspetivas da cooperação política, comercial, económica, cultural e humanitária serão debatidas na cimeira.
Haverá igualmente uma troca de pontos de vista sobre questões atuais da agenda internacional e sobre a interação entre os países da Ásia Central e a UE, acrescentou.
A Ásia Central tem sido objeto de uma intensa atividade diplomática desde a invasão da Ucrânia pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022.
A reunião de sexta-feira ocorre duas semanas após uma cimeira inédita entre as cinco antigas repúblicas soviéticas e a China do Presidente Xi Jinping, que colocou a região no centro do projeto chinês das Novas Rotas da Seda.
Além de Michel e Xi, os líderes da Rússia, Vladimir Putin, e da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, e o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, também visitaram a Ásia Central nos últimos meses.
Embora a Rússia continue a ser a principal potência regional, a China está a reforçar a sua presença, enquanto a Turquia, os Estados Unidos e a UE cultivam ativamente as relações com a Ásia Central, tal como a Índia e o Irão, em menor grau.
Este interesse renovado permite aos países da Ásia Central diversificar parcerias económicas e atrair investimentos para a região, que é rica em recursos naturais e serve de ponte para o comércio entre a Europa e a Ásia.
Apesar de a influência russa parecer estar a diminuir, o Ocidente suspeita de que os cinco países estão a ajudar Moscovo a contornar as sanções impostas pela invasão da Ucrânia, acusação que negam.
A questão foi abordada pelo vice-presidente executivo da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, durante o 2.º Fórum Económico UE-Ásia Central, realizado recentemente na mesma cidade.
Dombrovskis pediu, na altura, que os cinco países não permitissem que a Rússia usasse os respetivos territórios e empresas para escapar às sanções ocidentais, prometendo apoio da UE para atenuar eventuais impactos económicos da guerra na Ucrânia.
A reunião no Quirguistão ocorre no dia seguinte à cimeira da Comunidade Política Europeia, que junta os 27 Estados-membros da UE e outros 20 países europeus, realizada na Moldava, que tem a guerra na Ucrânia como um dos temas.
Leia Também: Hospital de campanha pan-europeu poderá ser acionado a partir de 2024