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Partido no poder na Polónia faz vídeo político com imagens de Auschwitz

Vídeo surgiu como resposta a um opositor do governo. A administração do museu de Auschwitz considera tratar-se de "um insulto à memória das vítimas". Também o presidente da Polónia lamentou o "ato indigno".

Partido no poder na Polónia faz vídeo político com imagens de Auschwitz

O Partido Lei e Justiça (PiS), que governa na Polónia, está a ser alvo de críticas por ter utilizado imagens do antigo campo de concentração de Auschwitz num vídeo político. A administração do atual museu já condenou a decisão e afirmou tratar-se de um "insulto à memória das vítimas".

O vídeo foi partilhado como resposta a Tomasz Lis, opositor do governo polaco e antigo editor da Newsweek Polska, que afirmou, nas redes socias, que seria encontrada "uma câmara" para o líder do PiS, Jaroslaw Kaczynski, e para o presidente da Polónia, Andrzej Duda, também do PiS

Neste sentido, o partido quis desencorajar os cidadãos de participarem numa marcha organizada pela oposição, que deverá acontecer no próximo domingo, em Varsóvia, revela a agência de notícias Reuters

O vídeo mostra imagens do conhecido portão do campo de concentração nazi, onde se lê "Arbeit marcht frei" (O trabalho liberta, em português). "Querem mesmo marchar sob este lema?", questionou o partido polaco. 

Após a polémica, Tomasz Lis pediu desculpa pela referência a uma "câmara", mas garantiu que as suas palavras foram mal interpretadas e referia-se a uma "cela" e não às câmaras de gás onde cerca de um milhão de judeus foram assassinados. 

O Museu e Memorial de Auschwitz-Birkenau condenou a divulgação do vídeo e sublinhou que "a instrumentalização da tragédia das pessoas que sofreram e morreram no campo nazi alemão de Auschwitz - de ambos os lados da disputa política - é um insulto à memória das vítimas".

"É uma manifestação triste, dolorosa e inaceitável da corrupção moral e intelectual do debate público", acrescentou o museu, numa nota citada pela Reuters.

Na rede social Twitter, o presidente Andrzej Duda afirmou que "a memória das vítimas dos crimes alemães em Auschwitz é sagrada e inviolável" e sublinhou que a "tragédia de milhões de vítimas não pode ser utilizada em disputas políticas". 

"Este é um ato indigno e não há desculpa para ele", lê-se ainda.

Estima-se que tenham morrido mais de um milhão de pessoas em menos de cinco anos no campo de concentração de Auschwitz, durante a Segunda Guerra Mundial. 

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