Segundo a organização de defesa dos direitos humanos, com sede na Noruega, desde 01 de janeiro deste ano, o Irão executou 307 pessoas, número 75 por cento superior ao registado nos primeiros cinco meses de 2022. Só em maio, foram executadas 142 pessoas, o que dá uma média de quatro por dia.
O Irão é o segundo país do mundo com o maior número de execuções anuais, a seguir à China, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, incluindo a Amnistia Internacional (AI), que condenam os procedimentos opacos e o facto de as confissões serem frequentemente extraídas, nomeadamente através de tortura.
Várias organizações não-governamentais afirmam que se registou um aumento do número de enforcamentos relacionados com casos de narcóticos e de homicídio, sendo as minorias étnicas desproporcionadamente visadas.
"A intensificação das execuções arbitrárias por parte da República Islâmica tem por objetivo espalhar o medo na sociedade, a fim de evitar protestos e de prolongar o regime", afirmou Mahmood Amiry-Moghaddam, diretor do IHR.
"Se a comunidade internacional não reagir com mais firmeza à atual onda de execuções, centenas de outras pessoas serão vítimas da sua máquina de matar nos próximos meses", acrescentou.
Segundo a IHR, 59% dos enforcados este ano, ou seja, cerca de 180 pessoas, foram executados por motivos relacionados com o tráfico ou consumo de droga.
Mais de 20% das pessoas executadas em maio, ou seja, cerca de 30 condenados, pertenciam à minoria Baluchi, predominantemente sunita e concentrada no sudeste do país.
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