O dono de uma loja de armas de Atlanta, no estado norte-americano da Geórgia, decidiu encerrar o negócio depois de sentir que estava a ficar com a "consciência pesada" devido aos mais recentes tiroteios contra crianças e jovens, nos EUA.
Jon Waldman, de 43 anos, conta a NBC News, abriu a Georgia Ballistics em março de 2021 e desde aí que o negócio lhe trazia alguma "estabilidade". Contudo, dois ataques recentes – um numa escola cristã de Nashville, no Tennessee, e outro num hospital de Atlanta, em que morreram várias pessoas, entre as quais crianças – fizeram com que quisesse abandonar a área.
"Não sou contra a Segunda Emenda [direito de posse e porte de armas nos EUA]. Mas não posso continuar a vender armas porque não sei a quem é que isso vai afetar e prejudicar", disse em entrevista à NBC News, admitindo que sente a "consciência pesada" depois dos mais recentes tiroteios.
Apesar de ser a favor da posse de armas e de sempre ter cumprido a lei, Jon acha que a lei devia ser mais restrita e exigir treino, assim como ter uma vigilância mais apertada, para não ocorrer nem tantos ataques, nem acidentes.
"Nos últimos dois meses, é só crianças a serem baleadas. Crianças a serem baleadas aleatoriamente e estou cansado disso. Tenho um filho, a minha namorada tem dois. Sou um homem de família. Gosto de armas, defendo a posse de armas, mas as pessoas não as podem deixar no carro, por exemplo. As pessoas prestam mais atenção aos seus telemóveis que às armas", defendeu.
A decisão de Jon está a ser muito comentada nos EUA. Na NBC News, por exemplo, é das notícias mais lidas da semana. Nas redes sociais, há quem defenda a decisão do norte-americano, mas há também quem o critique.
O que é certo é que a Georgia Ballistics já fechou e, em breve, todas as armas e munições que estavam para venda serão entregues às autoridades até ao dia 15 de junho.
Recorde-se que, nos EUA, oito crianças por dia são mortas ou feridas por armas deixadas ao acaso por algum familiar. Além disso, em apenas um ano, foram registados 15 homicídios em massa com armas de fogo no país liderado por Joe Biden.
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