Este encarregado de educação aproveitou uma polémica lei estatal que permite a retirada das escolas de livros didáticos considerados impróprios para os alunos, segundo o jornal The Salt Lake Tribune, citado pela Efe.
De acordo com este pai, a bíblia contém passagens sobre incesto, violação e prostituição, e é essencialmente pornográfica, ao abrigo de lei estatal aprovada em 2022, que tem sido utilizada sobretudo por grupos conservadores para censurar livros sobre temas raciais ou sobre a comunidade LGBTQI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Trans, Queer e Intersexo).
A Bíblia foi retirada para alunos do ensino básico ou médio, enquanto as escolas secundárias podem mantê-lo.
Numa mensagem na rede social Facebook, o congressista republicano que promoveu esta lei considerou o livro de "leitura difícil" para alunos mais jovens, acrescentando que "tradicionalmente, nos Estados Unidos, a Bíblia é melhor ensinada e compreendida em casa e ao redor da lareira, como uma família".
De acordo com o Tribune, o pai que apresentou a queixa fê-lo por frustração com os livros que estão a ser removidos das escolas devido a denúncias, uma tendência que tem sido assinalada desde abril por grupos que defendem a liberdade de expressão no país.
No final de maio, uma escola de Miami restringiu o acesso a um poema da afro-americana Amanda Gorman, lido durante a tomada de posse do Presidente Joe Biden em 2021, considerando-o impróprio para crianças menores.
Num contexto de guerras culturais entre republicanos e democratas, que dividem o país, alguns estados conservadores tentam policiar a leitura, por exemplo descartando livros que acusam, por exemplo, de promover a homossexualidade, de ideologias progressistas, ou de serem demasiado chocantes.
Clássicos, como os romances de Toni Morrison ou "Maus", de Art Spiegelman, têm sido alvo de autoridades escolares.
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