O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, voltou, esta sexta-feira, a abordar a morte de três pessoas em Kyiv, que não conseguiram proteger-se dos bombardeamentos russos por não conseguirem entrar num abrigo antiaéreo, que estava encerrado.
No seu habitual discurso à nação, o presidente ucraniano reconheceu que teve "uma reação obviamente dura à morte de pessoas em Kyiv devido a um abrigo fechado" e lembrou que deu "instruções para que as instalações de abrigo em Kyiv e em todo o país fossem inspecionadas".
Apesar do incidente, Zelensky revelou que "infelizmente, depois de tudo o que aconteceu, os habitantes de Kyiv publicam repetidamente informações sobre a falta de acesso aos abrigos".
"Não só sobre abrigos fechados, mas também sobre entradas de abrigos que não funcionam, sobre a ausência de abrigos nalgumas partes da cidade", lamentou, garantindo que "este nível de negligência na cidade não pode ser desculpável".
Já no discurso de quinta-feira, Zelensky mostrara-se irritado com as autoridades locais de Kyiv por estas não terem garantido a segurança em todos os abrigos - instalados em estações de metro, parques de estacionamento subterrâneos e caves de edifícios residenciais - na capital.
As inspeções vão estar a cargo dos ministros das Indústrias Estratégicas, Oleksandr Kamyshin, e do Interior, Igor Klymenko.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que mais de oito mil civis morreram e cerca de 15 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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