Venkatesan, um soldado da BSF, de 39 anos, viajava num dos comboios envolvidos no acidente na Índia. Voltava para junto da família depois de meses em missão e veria a família em breve.
Falou com o filho e disse-lhe que em breve estariam juntos e estava longe de imaginar que daí a pouco se veria rodeado de corpos.
"Uma criança sentada ao meu lado rolou para debaixo do beliche. Felizmente a nossa carruagem não virou, mas outras ficaram completamente esmagadas. Se o acidente tivesse ocorrido enquanto as pessoas dormiam, haveria mais vítimas", recorda em declarações ao Times of India.
Com o seu treino militar, começou a ajudar as pessoas. "Fiquei chocado. Parecia que tinha explodido uma bomba. Havia corpos por toda a parte. Foi assustador", conta.
Na sexta-feira, pelo menos 288 pessoas morreram na sequência de uma colisão ferroviária na Índia, que envolveu três comboios diferentes, e que deixou o país em modo de emergência na tentativa de identificar as vítimas e de tentar fechar as feridas abertas.
Os trabalhos de limpeza dos destroços ainda continuam no local do acidente, em Odisha, a 1.600 quilómetros a nordeste da capital Nova Deli, e os feridos estão também a ser tratados.
Também as famílias das vítimas tentam reconhecer os seus entes queridos num centro temporário improvisado para esse efeito, no distrito de Balasore.
Neste domingo, o ministro da Ferrovia, Ashwini Vaishnaw, disse que o acidente terá sido provocado por um erro no sistema de sinalização, levando um dos comboios a mudar de linha. "Quem fez isto e quais as razões é algo que vai ser apurado durante a investigação", afirmou o ministro numa entrevista ao canal de televisão de Nova Deli, citado pela AP.
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