O presidente da Rússia, Vladimir Putin, descreveu, esta quarta-feira, a destruição da barragem da central hidroelétrica de Kakhovka, no sul da Ucrânia, como uma "catástrofe ambiental e humanitária em grande escala" e culpou Kyiv por "organizar uma sabotagem em território russo".
A barragem situa-se na região de Kherson, anexada pela Federação Russa, após um referendo considerado ilegal pelo Ocidente, em setembro.
Segundo um comunicado do Kremlin, citado pela agência de notícias russa RIA Novosti, as declarações de Putin surgiram durante uma conversa telefónica com o seu homólogo turco, Recep Tayyip Erdogan.
"Vladimir Putin afirmou que as autoridades de Kyiv, por sugestão do Ocidente, ainda estão a apostar na perigosa escalada das hostilidades, cometendo crimes de guerra, usando abertamente métodos terroristas, organizando sabotagem em território russo", lê-se no comunicado.
Segundo Putin, o "ataque" na região de Kherson "levou a uma catástrofe ambiental e humanitária em grande escala".
Na conversa, segundo a presidência turca, Erdogan sugeriu ao seu homólogo russo a criação de uma comissão de inquérito internacional para realizar uma "investigação aprofundada sobre a destruição da barragem de Kakhovka". A mesma sugestão foi feita ao presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
A destruição da barragem desencadeou uma queda abrupta de torrentes de água no caudal do rio Dniepre, obrigando vários milhares de pessoas a abandonar as zonas inundadas e fazendo temer uma catástrofe ecológica.
O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.
A ONU confirmou que quase nove mil civis morreram e cerca de 15 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.
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