Mediação internacional considera "imperativo" acordo de paz no Mali
Os mediadores do acordo de paz no Mali sublinharam hoje que há "aspetos importantes" ainda não traduzidos em ações, alertando para o impacto da violência sobre a população civil, e pediram "uma mobilização internacional" para ajuda humanitária.
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Mundo Mali
Os mediadores aplaudiram, num comunicado publicado após a última ronda de contactos com as partes, os "progressos" alcançados até à data e reiteraram que o acordo de 2015 "é a pedra angular para alcançar uma solução duradoura para as crises recorrentes que afetaram a parte norte do Mali e um elemento essencial dos esforços em curso para refundar o Estado maliano".
Contudo, mostraram a sua "profunda preocupação" com o "sofrimento incalculável causado" aos habitantes das regiões de Gao e Ménaka face à "intensificação dos ataques terroristas e aumento da criminalidade, bem como à deslocação forçada de importantes grupos populacionais para outras regiões".
Os mediadores consideram "imperativo implementar todos os pilares do acordo", e apelaram a "uma mobilização internacional" para fornecer a ajuda humanitária necessária.
Por fim, disseram que "tomam nota" das preocupações expressas pela Coligação de Movimentos de Azawad (CMA) -- na qual estão integrados vários grupos rebeldes tuaregues -- e pela Plataforma -- que reúne grupos pró-governamentais -- em torno do projeto de Constituição que a junta militar maliana submeterá a referendo em 18 de junho e da necessidade de incluir as cláusulas do acordo no texto.
As tensões aumentaram nos últimos meses entre a junta militar instalada após os golpes de Estado de agosto de 2020 e maio de 2021 e o designado Quadro Estratégico Permanente (CSP), que inclui antigos rebeldes tuaregues e membros de milícias pró-governamentais, no meio de uma maior insegurança devido aos ataques dos grupos terroristas.
O CSP anunciou no final de dezembro a suspensão da sua participação no acordo de paz e apelou a um processo de mediação internacional num local neutro face ao que descreveu como uma relutância da junta em cumprir o acordo em Argel em 2015.
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