Missão da ONU está a tratar de sair "o mais rápido possível" da RDCongo

As Nações Unidas estão a avaliar como poderão retirar "o mais rapidamente possível", mas de forma "gradual e responsável", a missão que mantém há mais de 20 anos na República Democrática do Congo (RDCongo), anunciou hoje fonte da organização.

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Lusa
07/06/2023 20:31 ‧ 07/06/2023 por Lusa

Mundo

RDCongo

Dezenas de pessoas foram mortas no ano passado em manifestações contra a missão das Nações Unidas na RDCongo (Monusco), acusada de não ter conseguido neutralizar os grupos armados no leste do país.

Segundo o subsecretário-geral das Nações Unidas para as operações de manutenção da paz, Jean-Pierre Lacroix, "há frustração entre uma parte da população", porque "a situação de segurança continua a ser preocupante".

"Mas também há manipulações, 'fake news' (...), porque nem toda a gente tem interesse no regresso da paz", acrescentou.

Acima de tudo, há centenas de milhares de pessoas deslocadas no leste, "protegidas quase exclusivamente" pelos 'capacetes azuis'. "[Estas pessoas] dizem-nos 'por favor, não se vão embora'", continuou Jean-Pierre Lacroix, que visitou um campo de deslocados em Ituri (nordeste) no final da semana passada.

Na opinião deste responsável da ONU, um "vazio de segurança" seria "fatal" para os refugiados.

Existe um "processo de transição", sublinhou, um processo que "está atualmente a ser revisto, de modo a concentrar-se nos critérios essenciais" para uma saída da Monusco "nas condições certas", precisou.

O Estado e as suas forças de segurança devem ser "reforçados" para que as autoridades da RDCongo possam "tomar a seu cargo as atividades conduzidas pela Monusco", sublinhou.

Para tal, Kinshasa pede "um apoio reforçado ao reforço das capacidades" do exército e da polícia, "apoio ao processo de desarmamento" das milícias e "apoio aos processos diplomáticos" em curso, nomeadamente na província do Kivu do Norte, onde a organização rebelde Movimento 23 de Março (M23) é uma ameaça real.

Entre as suas eventuais recomendações ao Conselho de Segurança das Nações Unidas, Jean-Pierre Lacroix mencionou igualmente o apoio às forças regionais africanas já destacadas ou previstas para o leste da RDCongo.

Efetivos da força da África Oriental estão presentes no Kivu do Norte, para onde está igualmente previsto o envio de um contingente de países da África Austral.

O atual mandato da Monusco "limita o apoio" que podem "dar às forças regionais", afirmou Jean-Pierre Lacroix, que acrescentou: "Gostaríamos de poder fazer mais".

O responsável da ONU referiu-se também às próximas eleições na RDCongo, previstas para dezembro, reiterando as "preocupações" das Nações Unidas relativamente à "violência durante as recentes manifestações", bem como ao "discurso de ódio, xenofobia, misoginia e confrontos étnicos".

A Monusco (antiga Monuc) é uma das maiores e mais dispendiosas missões da ONU no mundo.

Presente na RDCongo desde 1999, é constituída por cerca de 16.000 efetivos de manutenção da paz.

Leia Também: Radicais islâmicos mataram pelo menos 20 civis em novos ataques no Congo

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