Este anúncio, que não atribui uma origem à explosão, apoia a ideia de que a barragem hidroelétrica, situada numa zona sob controlo russo, não cedeu devido a danos sofridos durante os bombardeamentos dos meses anteriores.
"Temos a certeza de que houve uma explosão", disse o chefe do Departamento de Verificação do Tratado de Proibição de Testes Nucleares do Norsar, Ben Dando, à agência francesa AFP.
Segundo o instituto independente de investigação sismológica, a explosão ocorreu às 02:54 locais, numa zona cujas coordenadas correspondem às da barragem de Kakhovka, no rio Dniepre, sul da Ucrânia.
A magnitude situa-se "entre 1 e 2", declarou o Norsar, que ainda não calculou o equivalente em toneladas de TNT, o que exige a tomada em consideração de muitos fatores.
"Não se trata de uma pequena explosão", disse Dando.
A explosão foi medida por uma estação situada na Roménia, a cerca de 620 quilómetros do local onde ocorreu.
Numa atualização com base em novas análises, o instituto norueguês disse que observou também "sinais fracos de um evento sísmico anterior, aproximadamente às 02:35 (hora local na Ucrânia), com origem na direção da barragem de Kakhovka".
A libertação da água da barragem inundou cidades e aldeias em ambas as margens do rio Dniepre, incluindo partes da capital regional, Kherson.
Milhares de pessoas foram obrigadas a abandonar as casas onde residiam.
As inundações terão provocado já 13 mortos, segundo informações divulgadas hoje pelas autoridades ucranianas e russas.
O ministro do Interior ucraniano, Igor Klymenko, anunciou a morte de cinco pessoas na parte da região de Kherson controlada pela Ucrânia, enquanto o chefe da zona ocupada pela Rússia, Vladimir Saldo, reportou oito mortos.
A Ucrânia e a Rússia acusam-se mutuamente da destruição da barragem de Kakhovka, construída no rio Dniepre na década de 1950.
A barragem foi capturada pelas forças russas pouco depois de terem invadido a Ucrânia, em 24 de fevereiro de 2022, quando conquistaram a região de Kherson.
Posteriormente, a Ucrânia recuperou a cidade de Kherson, na margem direita do Dniepre, mas a sul, na margem esquerda do rio, o controlo continua nas mãos das tropas russas.
A Ucrânia acusou as forças russas de terem destruído a barragem para travar uma contraofensiva e a Rússia atribuiu o incidente a bombardeamentos ucranianos.
Nenhuma fonte independente conseguiu ainda dizer o que causou a destruição da barragem, considerada uma "monumental catástrofe humana, económica e ecológica" pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
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