"Após o fim do cessar-fogo de curta duração, os facilitadores ficaram profundamente desiludidos com o recomeço imediato da violência intensa, que condenamos veementemente", de acordo com um comunicado conjunto.
No entanto, Riade e Washington reconheceram que, durante o cessar-fogo de 24 horas, o exército e as RSF tinham "demonstrado um comando e um controlo eficazes das forças", o que conduziu a "uma redução dos combates em todo o Sudão", e permitiu "a entrega de assistência humanitária vital e a realização de algumas medidas de confiança".
Os dois países, que têm mediado as conversações de paz para o conflito que se prolonga desde 15 de abril, afirmaram que, apesar de terem ocorrido violações", estão "dispostos a retomar as conversações em Jeddah, na condição de as partes demonstrarem empenho em proteger os civis no país".
Também reiteraram que "continuam a apoiar o povo do Sudão" e instaram as partes a pôr fim aos combates imediatamente, uma vez que "não existe uma solução militar aceitável para o conflito".
"Além de se envolverem com as partes, os facilitadores continuam a coordenar-se com os parceiros regionais e internacionais para pôr fim aos combates e minimizar o impacto na região, bem como para intensificar a coordenação com os atores civis sudaneses, que devem ser os autores do futuro do seu país", indicaram, na mesma nota.
Dada a repetida falta de vontade que percecionam em torno dos representantes do exército e dos paramilitares - reunidos durante semanas em Jeddah, sem que se vislumbrem progressos num acordo global -, a Arábia Saudita e os EUA avisaram que "se ambas as partes não cumprirem este cessar-fogo, os mediadores serão forçados a considerar a possibilidade de se retirarem das conversações".
O conflito começou a 15 de abril entre o exército, dirigido pelo general Abdel Fattah al-Burhane, e os paramilitares das Forças de Apoio Rápido, do general Mohamed Hamdane Daglo, na sequência de desentendimentos sobre a unificação das Forças Armadas, no âmbito de um acordo assinado para a transição para a democracia.
As tréguas anteriores foram, geralmente, violadas desde a entrada em vigor.
A guerra já fez mais de 1.800 mortos, segundo a organização ACLED, especializada em recolha de informação em zonas de conflito, assim como dois milhões de deslocados e refugiados, de acordo com a ONU.
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