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Partido do líder da oposição senegalês detido nega mediação sobre o caso

O partido Patriotas Africanos para o Trabalho, a Ética e a Fraternidade (PASTEF) negou hoje que tenha iniciado um processo de mediação com o Presidente do Senegal sobre o líder da oposição Ousmake Sonko, condenado a pena de prisão.

Partido do líder da oposição senegalês detido nega mediação sobre o caso
Notícias ao Minuto

15:08 - 12/06/23 por Lusa

Mundo Senegal

"Até à data, nenhuma barricada foi erguida, nenhuma mediação foi iniciada, nenhum emissário foi enviado pelo regime", lê-se num comunicado do partido na oposição, no qual se acrescenta que também não houve qualquer "exfiltração" de Sonko, em referência aos rumores de que o líder da oposição teria sido resgatado da sua casa.

No comunicado, datado da madrugada de hoje e noticiado pelo jornal 'Sud Quotidien', o PASTEF convida a população senegalesa a ser "prudente" com as informações que circulam nas redes sociais e outras plataformas sobre o líder da oposição.

Por seu lado, um membro da coligação da oposição senegalesa Yewwi Askan Wi (YAW), Tidiane Dieye, disse que Sonko, que permanece em prisão domiciliária na sua casa no bairro de Keur Gorgui, em Dacar, "está fisicamente bem", embora esteja a sofrer "mentalmente" devido à sua situação.

"É como uma espécie de rapto de um adversário. É o que acontece nos piores regimes antidemocráticos que vemos. Isto não deveria acontecer no Senegal", disse Dieye, descrevendo a decisão contra o líder da oposição como "arbitrária", conforme noticiado pelo diário Le Quotidien.

Sonko foi condenado por "corrupção de jovens" num processo por alegada violação e ameaças de morte contra uma mulher, acusações das quais foi absolvido. Na quarta-feira, Sall ordenou investigações "imediatas e sistemáticas", depois de terem eclodido manifestações violentas por causa da sua condenação, que resultaram em mais de 20 mortos.

O processo contra Sonko por alegada violação foi aberto em março de 2021, altura em que a detenção do líder da oposição levou a uma nova vaga de protestos dos seus apoiantes, que resultou em 15 mortes e danos materiais consideráveis. Em maio, realizaram-se também manifestações para impedir a detenção do líder da oposição, das quais resultaram mais três mortes.

A oposição tem denunciado repetidamente os planos de Sall de se candidatar a um terceiro mandato. A Constituição senegalesa limita o número total de mandatos a dois e uma tentativa de prolongar a sua permanência no poder poderia conduzir à instabilidade, embora o Presidente Macky Sall tenha afirmado que seria legal concorrer a um terceiro mandato, o que ainda não confirmou.

Leia Também: Senegal expulsa 79 guineenses por participarem em protestos violentos

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