A destituição do presidente da Comissão de Crimes Económicos e Financeiros (EFCC), Abdul Rasheed Bawa, é a segunda de um alto funcionário ordenada por Tinubu desde que assumiu o cargo, em 29 de maio, prometendo reformas económicas.
"O presidente ordenou Bawa a transferir imediatamente a gestão dos assuntos do seu escritório para o diretor de operações da comissão, que ficará no cargo até à conclusão da investigação", anunciou o governo, num comunicado divulgado na noite de quarta-feira.
Esta sanção foi decidida tendo em conta as "pesadas acusações de abuso de poder", acrescenta nota, sem as detalhar.
Bawa foi já interrogado neste contexto pelos serviços de segurança e inteligência do Estado, acrescentou o governo.
Esta suspensão ocorre logo após a destituição e prisão, na semana passada, do governador do Banco Central da Nigéria, Godwin Emefiele, também devido a uma investigação.
A EFCC investiga lavagem de dinheiro, peculato e outros crimes financeiros, incluindo crimes 'online'.
O presidente anterior, Muhammadu Buhari, tinha feito da luta contra a corrupção um dos seus principais objetivos durante as campanhas eleitorais em 2015 e 2019. Mas a Nigéria continua a ser um dos países mais corruptos do mundo, segundo a organização não-governamental especializada Transparência Internacional.
Eleito em 25 de fevereiro, após uma eleição disputada, Tinubu prometeu reformas para tirar das dificuldades financeiras a maior economia de África e um dos principais produtores de petróleo do continente.
Anunciou, assim que tomou posse, o fim dos subsídios aos combustíveis, que custaram ao Estado milhares de milhões de euros, segundo analistas.
A mudança fez com que os preços dos combustíveis triplicassem, levando ao aumento vertiginoso dos preços dos transportes e a preços mais altos dos alimentos e da eletricidade para muitos nigerianos que usam geradores a gasolina.
A recuperação económica é um dos muitos desafios de Tinubu, com a luta contra a insegurança alimentada em vários pontos do país por grupos jihadistas, gangues fortemente armadas ou rebeldes separatistas.
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