Um relatório da União Europeia, que será divulgado esta semana, apontará que a Ucrânia cumpriu duas das sete condições para iniciar as negociações de adesão ao bloco europeu, segundo a informação avançada por duas fontes familiarizadas com o assunto, aqui citadas pela Reuters.
No documento, revelam, o executivo europeu destaca os progressos que têm sido feitos pelo país invadido pela Rússia nesse sentido, apesar do contexto de guerra existente no seu território.
Recorde-se que a União Europeia concedeu à Ucrânia o estatuto oficial de país candidato há um ano, precisamente quatro meses após Moscovo invadir o território ucraniano.
Porém, foram estabelecidas sete condições - incluindo a reforma judicial e a luta contra a corrupção endémica no país - para iniciar as negociações com Kyiv, que pediu que as mesmas começassem ainda este ano.
O relatório executivo da Comissão Europeia é um elemento importante nesse processo e, segundo dois altos funcionários europeus que foram informados sobre o teor do relatório, a Ucrânia já cumpriu dois dos critérios. Segundo uma das fontes, foi no âmbito da reforma judicial e da legislação relativa aos meios de comunicação social que foram dados tais passos positivos.
Para além do reforço dos esforços de luta contra a corrupção, outros critérios incluem reformas do Tribunal Constitucional ucraniano e da aplicação da lei, medidas de combate ao branqueamento de capitais, bem como leis para controlar os oligarcas e salvaguardar os direitos das minorias nacionais.
Desde o início da guerra, que se iniciou a 24 de fevereiro do ano passado, os países da NATO e da União Europeia apressaram-se a disponibilizar apoio financeiro, militar e humanitário para ajudar a Ucrânia a fazer face à invasão da Rússia. O país invasor, por outro lado, foi alvo de pacotes de sanções consecutivos (e concertados) aplicados pelos parceiros de Kyiv.
O conflito mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945). Segundo os mais recentes cálculos da Organização das Nações Unidas (ONU), quase nove mil civis morreram e mais de 15 mil ficaram feridos na sequência dos combates no terreno.
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