Numa declaração no Bundestag (Parlamento), por ocasião do próximo Conselho Europeu de 29 e 30 deste mês, Scholz reiterou que a adesão da Ucrânia à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) está "fora de questão até que termine a guerra de agressão russa", tal como Kiev também já reconheceu.
"É por isso que defendo que, em Vílnius [onde decorrerá a cimeira da NATO], nos concentremos naquilo que é agora a principal prioridade: reforçar a verdadeira capacidade de combate da Ucrânia", afirmou.
Para Scholz, enquanto as futuras relações entre a NATO e a Ucrânia não forem finalizadas, o apoio prático e concreto a Kiev, estreitamente coordenado entre os membros da Aliança, "continuará a ser de importância decisiva e vital" para a Ucrânia.
O Conselho Europeu da próxima semana irá também abordar a atual situação na Ucrânia, recordou.
"Enquanto União Europeia [UE], não temos dúvidas de que continuaremos a apoiar a Ucrânia a longo prazo", frisou.
Segundo o chanceler alemão, desde o início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2022, a ajuda civil e militar de Berlim a Kiev ascendeu a 16.800 milhões de euros, ficando atrás apenas da dos Estados Unidos.
Em termos de ajuda militar, prosseguiu, a Alemanha continuará a concentrar-se no fornecimento de veículos blindados de combate, sistemas de defesa aérea, artilharia e as munições necessárias, ou seja, "aquilo de que a Ucrânia necessita com mais urgência na atual ofensiva para libertar os seus territórios".
Scholz recordou que a Alemanha está a trabalhar em paralelo com os parceiros do grupo dos sete países mais industrializados do mundo (G7) e da UE no sentido de obter garantias de segurança eficazes para a Ucrânia a longo prazo.
"O nosso objetivo a este respeito é duplo: fornecer à Ucrânia um apoio militar sustentável, incluindo armas ocidentais modernas, e, ao mesmo tempo, reforçar a resistência económica da Ucrânia na luta defensiva contra a agressão russa", afirmou.
Scholz manifestou ainda a "firme convicção" de que a Suécia, juntamente com a Finlândia (Estado que aderiu à Aliança Atlântica a 04 de abril passado), "deverá sentar-se à mesa da cimeira como um novo aliado".
"Apelo, por isso, ao reeleito Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, para que abra caminho para isso, tal como decidimos em Madrid no ano passado".
A 14 deste mês, Erdogan excluiu a possibilidade de a Suécia receber "luz verde" para aderir à NATO na cimeira de julho na Lituânia, insistindo que o Governo sueco deve "cumprir as suas obrigações" na luta contra o terrorismo.
Erdogan argumenta que há "terroristas a manifestarem-se nas ruas da Suécia", uma referência aos movimentos pró-curdos que a Turquia quer travar, nomeadamente no que se refere a um eventual apoio ao Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
A Turquia considera que a Suécia ainda não cumpriu todos os acordos que assinou em junho de 2022, no âmbito da cimeira de líderes organizada por Espanha.
Além da Turquia, a Suécia tem ainda de obter o apoio da Hungria, embora tudo indique que os dois países vão avançar para um acordo.
As reticências de Budapeste em relação a Estocolmo resultam de alegados "insultos" de que tem sido alvo, com a Suécia a afirmar que a Hungria não é uma democracia.
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