Brasil envia representante a reunião de Copenhaga para discutir paz

O Presidente brasileiro, Lula da Silva, anunciou hoje em Roma que vai enviar o seu assessor Celso Amorim a Copenhaga para se reunir com outros países em busca de uma solução para a guerra na Ucrânia.

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Lusa
22/06/2023 12:56 ‧ 22/06/2023 por Lusa

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Ucrânia

 

Esta reunião não foi anunciada oficialmente mas, segundo o Financial Times, o conselheiro de segurança nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, vai reunir-se em Copenhaga com responsáveis de países considerados "neutros", como o Brasil, a Índia e a África do Sul, para procurar soluções para a guerra.

Além disso, reiterou a sua posição de que a paz não será alcançada se Moscovo e Kiev não cederem e se sentarem para conversar.

Numa conferência de imprensa no final da sua visita a Itália e ao Vaticano, Lula da Silva explicou que, nos seus encontros em Roma e com o Papa Francisco, falou muito sobre a guerra na Ucrânia e a necessidade de as duas partes se sentarem à mesa das negociações.

"Não sabemos o que se passa na cabeça deles, mas ambos [referindo-se ao Presidente russo Vladimir Putin e ao Presidente ucraniano Volodymir Zelenski] acham que querem ganhar, e enquanto isso pessoas estão a morrer", afirmou.

O líder brasileiro sublinhou que o Brasil sempre condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia. "Mas agora temos que escolher quem serão os atores, as pessoas com autoridade para encontrar uma saída, porque não podemos esperar pelo Natal, pelo inverno, pelo Carnaval", disse.

O Presidente do Parlamento Europeu lamentou que "esteja na moda os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU invadirem outros países".

Para discutir a guerra na Ucrânia, explicou, os Estados Unidos e a Europa, "que estão envolvidos", não o podem fazer, acrescentando que "chegou o momento de renovar o Conselho de Segurança da ONU", onde "os Estados Unidos, que invadiram o Iraque, têm assento" e que "países como a Índia, o México e o Japão precisam de entrar".

Sobre um eventual acordo de paz, Lula da Silva frisou: "Não pode ser uma rendição de nenhum de nós" e também não pode ser um acordo "em que um ganha 50% e o outro 20%", porque "não pode ser uma imposição".

"Só eles sabem o que é necessário", acrescentou, e por isso é urgente que as bombas parem e que se sentem para conversar, defendeu.

Quanto ao encontro com Francisco, na quarta-feira, referiu que não tem dúvidas em afirmar que "hoje o Papa é a maior autoridade política da Terra" e "não só pelo que representa, mas também pela sua posição e pelo que diz".

"Ninguém aceita a nova guerra fria que os Estados Unidos e a China estão a travar. Já ninguém quer a guerra. Eu falei muito sobre a guerra e concordo com o Papa que tem que ter gente discutindo a paz", afirmou Lula da Silva, insistindo que não é justo gastar biliões em guerra quando há 800 milhões de pessoas a passar fome.

Leia Também: Lula vai discutir com Macron "inaceitável" acordo da UE ao Mercosul

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