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Contraofensiva ganhará intensidade gradualmente, diz Podoliak

A contraofensiva da Ucrânia é um processo "gradual" que se encontra numa fase de reconhecimento das linhas defensivas russas e que ganhará progressivamente intensidade, disse hoje Mikhail Podoliak, conselheiro do gabinete presidencial ucraniano.

Contraofensiva ganhará intensidade gradualmente, diz Podoliak
Notícias ao Minuto

18:14 - 22/06/23 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

"A contraofensiva não é uma ação única, mas muitas operações diferentes e graduais, cuja intensidade vai aumentar", disse Podoliak numa entrevista à agência noticiosa espanhola EFE, aludindo à campanha militar ucraniana que começou há mais de duas semanas em três setores diferentes da frente nas províncias de Donetsk, no leste, e Zaporíjia, no sudeste. 

O conselheiro presidencial ucraniano explicou que a fase atual da campanha está a "moldar" a própria contraofensiva através de ações que "permitem testar os sistemas de defesa russos".

Podoliak, uma das figuras mais influentes e populares da administração do Presidente Volodymyr Zelensky, recordou que as forças russas colocaram minas e construíram fortificações nos territórios ucranianos que ocupam, para atrasar o avanço das tropas ucranianas.

No entanto, o conselheiro do gabinete presidencial ucraniano afirmou que os russos não dispõem dos "instrumentos adequados" para defender toda a linha da frente e advertiu que o exército russo começou a utilizar métodos "terroristas" para compensar essas deficiências. 

O exemplo mais claro desses métodos "terroristas", disse Podoliak, é a recente explosão da barragem e de outras infraestruturas da central hidroelétrica de Nova Kakhovka, no território ocupado pelos russos na região de Kherson, no sul da Ucrânia.

A destruição da barragem com explosivos causou inundações catastróficas para a população e os ecossistemas da região e pôs em risco o acesso à água potável para centenas de milhares de pessoas, tendo também destruído sistemas de irrigação vitais para grande parte do sul da Ucrânia.

Podoliak considera que tais ações não afetarão significativamente a contraofensiva ucraniana.

"Mas afetarão as infraestruturas e as regiões onde ocorrem, como foi o caso em Kherson", acrescentou.

As autoridades de Kiev têm-se repetidamente queixado de que a Rússia procura intimidar os ucranianos e aliados e castigar a população ucraniana com tais ações.

Horas depois da entrevista de Podoliak à EFE, refere a agência noticiosa espanhola, Zelensky afirmou ter obtido informações dos serviços secretos ucranianos de que a Rússia está a preparar um "ato terrorista" na central nuclear de Zaporijia. 

O "ato terrorista" consistiria em provocar uma fuga de radiação.

Numa mensagem publicada no Twitter, Podoliak explicou a lógica que levaria a Rússia a considerar esta opção: "A Rússia é incapaz de manter o controlo de Energodar (a localização da central nuclear) a médio prazo e está, por isso, a considerar um ataque terrorista em grande escala".

O conselheiro presidencial insistiu no facto de a Rússia ter minado a central nuclear e poder também destruir uma barragem na zona de Krivi Rig com mísseis do tipo Kinzhal.

Além da contraofensiva já iniciada, Podoliak sublinhou, durante a entrevista, que a Ucrânia está a trabalhar com os aliados para estabelecer um modelo "estratégico" de produção de armas que lhe permita satisfazer as necessidades de defesa a longo prazo.

"Estamos a procurar opções para construir um centro de reparação [de equipamento militar] na Ucrânia ou em países próximos", disse Podoliak, apontando para medidas legislativas que eliminam impostos e obstáculos legais à produção de 'drones' (aparelhos voadores não tripulados) e outros bens de defesa.

O conselheiro presidencial sublinhou ainda a importância de manter as sanções internacionais contra a Rússia e de tomar medidas para impedir que Moscovo continue a importar componentes eletrónicos de países que o proíbem, para fabricar os mísseis que utiliza para atacar a Ucrânia.

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