"São sinais muito negativos para nós, que certamente transmitiremos aos nossos aliados", declarou Andrzej Duda, antes de partir em direção a Haia, onde se reunirá com alguns dos seus parceiros, como o secretário-geral da NATO (Organização do Tratado do Atlântico-Norte, bloco de defesa ocidental), Jens Stoltenberg, e o primeiro-ministro neerlandês, Mark Rutte.
"Estamos a ver o que está a acontecer no leste", onde "está a ocorrer uma real deslocação de tropas russas do grupo Wagner para a Bielorrússia, juntamente com o seu líder, Yevgueni Prigozhin", disse Duda.
Na viagem para Haia, o chefe de Estado polaco explicou que, juntamente com os seus homólogos da Roménia e da Lituânia, Klaus Iohannis e Gitanas Nauseda, respetivamente, apresentará aos aliados ocidentais a "posição" que partilham sobre a necessidade de fortalecimento da segurança no flanco oriental da NATO, noticiou a agência PAP.
"Tudo se encaminha para que se reforce a segurança do flanco leste, a segurança da Polónia e a dos países bálticos, incluindo também a Roménia", afirmou Duda, que está confiante de que a cimeira de julho em Vilnius servirá para desenvolver melhores defesas nessa parte do continente europeu.
"As ações contra a nossa segurança - especialmente tendo em conta o comportamento agressivo da Rússia e o ataque à Ucrânia, e tudo o que observamos na nossa vizinhança -- são muito grandes, e estamos a trabalhar muito intensamente para as combater", assegurou o Presidente da República da Polónia, no aeroporto de Varsóvia.
Neste encontro de Haia, uma das reuniões preparatórias da cimeira de Vilnius de 11 e 12 de julho, Duda adiantou que serão abordadas as prioridades da NATO para a reunião lituana, como o aumento dos gastos com Defesa, o já referido fortalecimento do flanco oriental e avançar com o processo de adesão da Suécia.
Por seu lado, a Presidência da Lituânia, após a confirmação de que Prigozhin se encontra na Bielorrússia, advertiu o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, de que será responsável por qualquer ação do grupo paramilitar russo Wagner que possa destabilizar a região, noticiou a estação televisiva LRT.
"Uma vez que estão próximos, teremos de prestar mais atenção tanto à fronteira como ao que está a acontecer na Bielorrússia e enviar uma mensagem clara sobre onde estão os limites da nossa tolerância zero", declarou o principal conselheiro da Presidência do país báltico, Kestutis Budrys.
"É claro que um elemento tão incontrolável é um fator de risco e teremos de adaptar-nos e não esperar que o regime de Lukashenko possa controlar os acontecimentos (...) Os Estados terão de ter outras ferramentas para lutar contra essas eventuais ações não necessariamente militares", sustentou.
Durante a rebelião armada de menos de 24 horas protagonizada pelo grupo Wagner no passado sábadon na Rússia, Lukashenko ofereceu-se como mediador entre Moscovo e os rebeldes, que convenceu a pôr fim à sublevação para evitar o "derramamento de sangue" e a quem ofereceu asilo.
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