Governo francês destaca 40 mil polícias para evitar distúrbios esta noite
O Governo francês vai destacar hoje 40 mil polícias e gendarmes para impedirem distúrbios, por receio de novos protestos noturnos contra a morte de um jovem pela polícia em Nanterre, Paris, na terça-feira passada.
© Getty/STEFANO RELLANDINI
Mundo Paris
"Vamos fazer todos os possíveis para que regressa a ordem", destacou o ministro do Interior Gérald Darmanin, indicando que a mobilização das forças da ordem prevista para hoje é quatro vezes superior à força destacada na noite passada.
Nos distúrbios da noite de quarta-feira, 170 agentes ficaram feridos sem gravidade.
Fontes da Procuradoria disseram à Associated Press (AP) que a Justiça francesa poderá iniciar uma investigação por "homicídio voluntário" do jovem atingido mortalmente a tiro por um polícia em Nanterre na terça-feira.
O procurador de Nanterre, Pascal Prache, afirmou que, com base numa investigação inicial, concluiu que "não estavam reunidas as condições legais para a utilização da arma" por parte do agente.
Foram nomeados dois magistrados para conduzir a investigação, acrescentou Prache, que pediu a prisão preventiva do agente que alegadamente disparou contra o jovem.
A decisão sobre a medida de coação deve ser tomada por outro magistrado.
O advogado da família do jovem vítima do disparo, Yassine Bouzrou, disse à Associated Press que pretende que o agente da polícia seja processado por homicídio em vez de homicídio involuntário.
O morte do jovem de 17 anos, durante um controlo de trânsito na terça-feira, captado pelas câmaras de vigilância, fez aumentar as tensões há muito existentes entre os jovens e a polícia nos bairros sociais e noutros bairros desfavorecidos de França.
Os primeiros confrontos contra a polícia eclodiram na noite de terça-feira nos arredores de Nanterre, em Paris, onde Nahel foi morto, tendo o governo destacado dois mil polícias para manter a ordem na quarta-feira, mas os atos de violência recomeçaram após o anoitecer.
O Presidente francês, Emmanuel Macron, considerou hoje injustificáveis as "cenas de violência" contra as "instituições da República", referindo-se aos distúrbios da última noite.
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