Erdogan condena queima de Corão em manifestação na Suécia. "Crime"
O Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, condenou hoje o protesto de quarta-feira na Suécia com a queima de um exemplar do Corão, assinalando que coloca outro obstáculo à adesão do país nórdico à NATO.
© Getty Images
Mundo Turquia
Ao discursar perante membros do seu Partido da Justiça e do Desenvolvimento (AKP, islamista conservador), Erdogan equiparou "aqueles que permitiram o crime" a quem o praticou.
No dia que coincidiu com o início da celebração muçulmana do Eid al-Ahda (Festa do Sacrifício), a polícia permitiu um protesto frente a uma mesquita no centro de Estocolmo em nome da liberdade de expressão, e após um tribunal ter recentemente revogado uma proibição anterior sobre este género de atuação.
"Ensinaremos aos arrogantes ocidentais que insultar os valores sagrados dos muçulmanos não significa liberdade de expressão", declarou durante uma entrevista transmitida pela televisão, acrescentando que condena este incidente "nos mais fortes termos".
Em janeiro passado, a queima de outro exemplar do Corão frente à Embaixada turca pelo ultradireitista sueco-dinamarquês Rasmus Paludan motivou um forte protesto da Turquia, que mantém o bloqueio à ratificação da adesão da Suécia à NATO.
Nas suas declarações, Erdogan também admitiu que a Turquia não está preparada para levantar as suas objeções que impedem a adesão plena da Suécia à NATO. "Vamos manter a nossa posição da forma mais forte possível até que exista um esforço concertado para combater os inimigos do Islão e as organizações terroristas", afirmou.
A Suécia pediu a adesão à NATO em 2022 na sequência da invasão russa da Ucrânia e a aliança militar esperava uma decisão positiva até à cimeira que decorre em julho na Lituânia.
Ancara acusa a Suécia de complacência face às manifestações anti-islâmicas e a organizações que desenvolvem ações na Turquia, em particular os grupos militantes curdos envolvidos num prolongado conflito com o Exército turco no sudeste do país.
A Suécia alterou recentemente a sua legislação antiterrorista e dirigida a estas organizações, mas a Turquia argumenta que os seus apoiantes podem organizar manifestações, recrutar e garantir apoios financeiros no país nórdico.
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