General russo desaparecido seria "membro VIP" do Grupo Wagner
Documentos mostram que Sergei Surovikin tinha "um número de registo pessoal no Wagner".
© ALEXEI NIKOLSKY/SPUTNIK/AFP via Getty Images
Mundo Rússia
Sergei Surovikin, o general russo que terá tido conhecimento prévio dos planos do Grupo Wagner e que se encontra desaparecido, era um "membro VIP secreto da empresa militar privada" de Yevgeny Prigozhin, segundo revelam documentos a que a CNN teve acesso.
Os documentos, obtidos pelo centro de investigação russo The Dossier Center, mostram que Surovikin tinha "um número de registo pessoal no Wagner", tal como, pelo menos, outros 30 altos funcionários militares e membros dos serviços secretos russos.
Na quarta-feira, o jornal The New York Times avançou que o general russo, chefe militar das tropas russas na Ucrânia, sabia dos planos da rebelião e terá ainda ajudado Prigozhin.
O Kremlin reagiu a estas informações dizendo que não passam de especulações mediáticas. "Há e vai haver muita especulação sobre a rebelião. Este é mais um exemplo dessa especulação", disse o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
Surovikin encontra-se desaparecido desde as alegações de que sabia da rebelião. No entanto, a filha do general já veio dizer que o pai estava "no trabalho", apesar de fontes indicarem que teria sido detido em Moscovo.
Recorde-se que Yevgeny Prigozhin protagonizou uma sublevação armada contra as autoridades russas no passado fim de semana, entre sexta-feira à noite e sábado à tarde, que abalou a Rússia.
Durante menos de 24 horas, os mercenários tomaram várias instalações militares na cidade estratégica de Rostov, no sudoeste do país, e percorreram centenas de quilómetros em direção a Moscovo, antes de Prigozhin pôr fim à rebelião, em troca de imunidade prometida pelo Kremlin para ele e para os seus combatentes, obtida num acordo mediado pelo Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko.
Esta crise representou o maior desafio com que Putin, que classificou os acontecimentos como "uma traição", se viu confrontado desde que chegou ao poder, no final de 1999.
Após estes acontecimentos, Moscovo optou por prescindir dos serviços do grupo Wagner na guerra de ocupação que trava na Ucrânia, mas os seus elementos continuarão contratados em África.
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