"O destino destes acordos entre os países africanos e o grupo Wagner depende, acima de tudo, da decisão dos governos dos países em causa de prosseguirem ou não esta forma de cooperação", afirmou Lavrov, numa conferência de imprensa pela Internet.
O futuro do grupo Wagner, que combatia na Ucrânia e cuja presença foi documentada em vários países africanos, bem como na Síria, tem sido questionado na sequência da rebelião de 24 horas há uma semana, liderada na Rússia pelo chefe da estrutura paramilitar, Yvgeny Prigozhin.
Apesar de Prigozhin ter feito abortar o motim 24 horas depois do início de uma marcha militar sobre Moscovo, e de alegadamente se ter exilado na Bielorrússia, os seus homens têm agora de escolher entre continuar com o oligarca russo, juntarem-se ao exército regular russo ou regressar à vida civil.
O grupo deve igualmente entregar o seu equipamento e armas pesadas, disponibilizadas pelas forças armadas russas.
A República Centro-Africana (RCA), o principal país africano onde o grupo de mercenários está presente, afirmou na segunda-feira que a Rússia continuaria a operar no país, com ou sem a estrutura paramilitar.
Na quarta-feira, a França apelou a todos os países envolvidos para se dissociarem do grupo Wagner e disse estar pronta a impor sanções adicionais pelos crimes que o grupo é acusado de cometer nos seus teatros de operações.
Segundo Washington, as atividades do grupo, nomeadamente na República Centro-Africana, serão igualmente alvo de novas sanções por parte dos Estados Unidos da América.
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