Cartum novamente palco de confrontos violentos com artilharia pesada

A capital do Sudão, Cartum, foi hoje palco de violentos confrontos entre o exército e o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla inglesa), com combates de artilharia e armas ligeiras, além de aviões de guerra.

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© Getty Images

Lusa
03/07/2023 17:30 ‧ 03/07/2023 por Lusa

Mundo

Sudão

De acordo com o relato de testemunhas na cidade, citadas pela agência Efe, houve confrontos em vários pontos da capital sudanesa, incluindo a base do Corpo Blindado, na zona de Al Shayara, no sul da capital, com o exército a responder aos ataques das RSF com artilharia pesada.

O Corpo Blindado é uma das bases estratégicas mais importantes do exército em Cartum e está debaixo de fogo há vários dias por partes dos paramilitares, que tentam controlar o local.

Na cidade de Um Durman, o panorama repete-se, com o exército a calcorrear a cidade a pé, entrando nas casas à procura de quem esteja a dar abrigo aos paramilitares das RSF.

O exército destruiu 13 pequenos camiões que transportavam mantimentos para "os rebeldes" na região de Riad, a leste de Cartum, de acordo com uma fonte militar.

Os confrontos de domingo fizeram pelo menos três mortes e mais de 50 feridos, disse um funcionário do Ministério da Saúde.

A guerra pelo poder entre os dois generais, que começou em 15 de abril, já fez pelo menos 2.800 mortos desde 15 de abril, segundo a organização não-governamental Acled.

Um número que pode estar largamente subestimado, já que os combates impedem a contagem do número de corpos espalhados pelas ruas em Cartum, e também na região do Darfur, no oeste do país, que faz fronteira com o Chade, onde se têm intensificado os ataques.

A violência levou cerca de 2,8 milhões de pessoas a fugir das suas casas, 645.000 das quais buscaram refúgio em países vizinhos, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

A ONU alertou que a guerra tomou um rumo "étnico" no Darfur e disse que a violência na região pode equivaler a "crimes contra a humanidade".

Leia Também: Associação pede envio de missão para acabar com atrocidades em Darfur

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