Emmanuel Macron fez, na noite de segunda-feira, uma visita surpresa a polícias e bombeiros para lhes demonstrar o seu apoio, na sequência do trabalho que têm realizado desde 27 de junho, há uma semana, dia em que um jovem foi morto pela polícia e se desencadearam manifestações e protestos contra as autoridades.
Durante a sua visita noturna a um quartel da polícia e à sede da polícia de Paris, Emmanuel Macron apelou à manutenção de uma "presença massiva no terreno", "para apoiar o regresso à calma e à ordem", disse a sua comitiva à Agência France-Presse.
No final da visita, o chefe de Estado deixou uma mensagem de agradecimento à polícia e aos bombeiros no Twitter.
Policiers, gendarmes, sapeurs-pompiers, merci pour votre mobilisation exceptionnelle ces dernières nuits. Je sais combien celles-ci ont été difficiles pour vous et vos familles. Vous avez mon soutien. pic.twitter.com/0aKm7EiHcg
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) July 3, 2023
"Agentes da polícia, gendarmes, bombeiros, obrigado pela vossa excecional mobilização nas últimas noites. Sei como foi difícil para vós e para as vossas famílias. Têm o meu apoio", escreveu nesta rede social.
Para esta última noite, havia sido assegurado um dispositivo de segurança de 45 mil polícias e guardas nacionais. Terminou com um total de 72 pessoas detidas. Desde o início dos protestos, esta é a primeira vez que o o número de detenções ficou abaixo dos 100.
Em cinco noites consecutivas de tumultos, até domingo de manhã, foram registados, entre outros atos de violência, cerca de 5.000 veículos incendiados, quase 1.000 edifícios destruídos total ou parcialmente, 250 ataques a esquadras de polícia e a mais de 700 membros das forças de segurança.
Registado por um vídeo amador que contradiz a história inicial contada pela polícia, o tiro à queima-roupa que um agente disparou contra o jovem em Nanterre (nos arredores de Paris), em 27 de junho, chocou o país, desencadeando uma onda de violência, que repercutiu muito além das fronteiras francesas.
Nas últimas noites, os distúrbios desencadeados pela morte do jovem de Nanterre levaram à detenção de mais de 3.200 pessoas em toda a França, afirmou o ministro do Interior francês, Gérald Darmanin, durante uma visita à cidade de Reims.
O agente da polícia suspeito da morte do jovem Naël está acusado de homicídio e em prisão preventiva.
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